O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta quarta-feira (8) que o Grande Prêmio do Brasil de Fórmula 1 deve voltar ser realizado no Rio. “Já está bastante avançado”, disse.
O termo de cooperação assinado por Bolsonaro, o governador Wilson Witzel e o prefeito Marcelo Crivella prevê também a realização de grande prêmio de motovelocidade. A assinatura ocorreu após a cerimônia de homenagem aos Pracinhas da II Guerra Mundial.
As provas seriam realizadas no futuro Autódromo de Deodoro, que ficaria pronto “em seis ou sete meses” e “sem dinheiro público”, segundo Bolsonaro.
O orçamento inicial do novo autódromo do Rio é de R$ 850 milhões. A previsão é de que os setores de arquibancada (inclusive naturais) sejam capazes de receber até 130 mil pessoas.
Em sua conta no Twitter após a cerimônia, Bolsonaro afirmou que as obras seriam arcadas integralmente pela iniciativa privada. O presidente também afirmou que o autódromo será batizado em homenagem ao tricampeão da Formula 1 Ayrton Senna.
A última Fórmula 1 realizada no Rio foi em 1989. Ao todo foram dez GPs na cidade, todas no antigo autódromo. Desde 1990, a etapa é realizada em Interlagos, São Paulo.
O governo de São Paulo tem contrato com a Liberty Media, grupo americano que controla a F1 até 2020. O Governo Federal não informou se há entendimento com SP para antecipar a ida do GP para o Rio.
Dívidas em SP
“Após o resultado das eleições do ano passado, a direção da Fórmula 1 resolveu manter a possibilidade de termos provas no Brasil”, explicou o presidente. “Em São Paulo, como tinha participação pública [em Interlagos], uma dívida enorme, tornou-se inviável a permanência da F1 lá”, detalhou.
O GloboEsporte.com apurou que no documento constará que o terreno, hoje do Exército, será cedido com a finalidade de abrigar um autódromo.
Desde novembro do ano passado, os executivos do Liberty Media, responsáveis pela promoção da Fórmula 1, conversam com as autoridades do Rio de Janeiro para transferir o Grande Prêmio do Brasil de São Paulo para a Cidade Maravilhosa em 2020.
Em junho do ano passado, foi apresentado o projeto para o novo autódromo, e, desde então, os trâmites legais vêm sendo tomados. No entanto, algumas questões travaram a publicação da licitação, sobretudo na questão ambiental.
“Não há nenhuma restrição para a construção do autódromo”, assegurou Witzel. “Para o meio ambiente será muito melhor, porque vai ter mais gente cuidando do entorno”, continuou.
Bolsonaro emendou dizendo que o Exército “fez um bom trabalho” ao evitar que o terreno fosse “invadido e depredado”.
Polo esportivo
A promessa de um novo autódromo em Deodoro, em terreno cedido pelo Exército, veio com a demolição, em 2012, do Autódromo de Jacarepaguá, para dar lugar ao Parque Olímpico do Jogos de 2016.
Com assinatura do arquiteto alemão Hermann Tilke, responsável por diversos circuitos do atual calendário da F1, o traçado terá 5,3 quilômetros de extensão e atenderá aos mais rigorosos padrões de segurança das federações internacionais de automobilismo e motociclismo.
Atualmente, por exemplo, só os autódromos de Austin (Estados Unidos), Barcelona (Espanha), Spielberg (Áustria) e Silverstone (Inglaterra) compõem os calendários tanto da F1 como da MotoGP.
Deodoro também foi um dos polos da Olimpíada, recebendo provas de hipismo e canoagem, por exemplo. Antes dos Jogos, a segurança do complexo foi revista, depois que duas balas perdidas pararam no terreno – uma perto dos estábulos, outra na sala de imprensa.