Por Reuters
Uma aliança de partidos conservadores, socialistas e liberais pró-União Europeia obterá uma maioria absoluta na eleição do mês que vem para o Parlamento Europeu, mas grupos eurocéticos ganharão terreno, mostrou uma pesquisa publicada nesta quinta-feira.
Como o Reino Unido deve participar da votação, já que sua desfiliação da UE foi adiada, projeta-se que a proporção de assentos dos eurocéticos aumentará dos 10 por cento atuais para 14,3 por cento, segundo a compilação de pesquisas nacionais encomendada pelo Parlamento Europeu. A cifra foi de 13 por cento na sondagem anterior, de março, que não incluiu os eleitores britânicos.
Atualmente, uma coalizão de agrupamentos de centro-direita e centro-esquerda detém uma maioria.
Pela nova enquete, que inclui pesquisas nacionais publicadas até 15 de abril e supõe que o número de cadeiras continuará sendo de 751, o Partido Popular Europeu (EPP), de centro-direita, continuará sendo o maior grupo com 180 cadeiras, o que representa 24 por cento do total – menos do que seus quase 29 por cento atuais.
Os socialistas e democratas, de centro-esquerda, ficarão em segundo com 149 assentos, ou 19,8 por cento, e os liberais devem vir em terceiro lugar com cerca de 10 por cento dos votos e 76 cadeiras.
Computando a participação britânica na votação de 23 a 26 de maio, que ainda pode ser revertida se um acordo para o Brexit for firmado até lá, o nacionalista Europa das Nações e da Liberdade (ENF) crescerá de seus menos de 5 por cento atuais para 8,3 por cento, ou 62 cadeiras.
A Europa da Liberdade e da Democracia Direta (EFDD), o outro grupo abertamente eurocético que hoje inclui o Partido de Independência do Reino Unido (Ukip), deve chegar a 6 por cento, ou 45 assentos.
Segunda a sondagem, esse grupo incluiria o novo Partido do Brexit do arquieurocético britânico Nigel Farage, que liderou com 27 por cento em uma pesquisa do britânico YouGov publicada na quarta-feira, mas não incluída no relatório desta quinta-feira sobre a UE.
Na última eleição do bloco, em 2014, o Ukip, então liderado por Farage, era o principal partido britânico, com 26,6 por cento.
Após a saída formal do Reino Unido da UE, que os líderes do bloco adiaram para 31 de outubro, seus deputados eleitos deixarão o Parlamento Europeu e os agrupamentos podem ter que ser remodelados.