Templo gótico foi atingido por incêndio nesta segunda. Localizada em uma pequena ilha na capital francesa e rodeada pelas águas do Sena, construção levou 180 anos para ficar pronta.
Por G1
A Catedral de Notre-Dame, atingida por um incêndio nesta segunda-feira (15), é um dos símbolos de Paris.
Conhecida por sua arquitetura gótica, que atrai milhões de turistas todos os anos, a igreja é famosa ainda por ter sido cenário do romance “O Corcunda de Notre-Dame”, lançado em 1831 por Victor Hugo (1802-1885).
A construção da catedral dedicada à Virgem Maria levou 180 anos: de 1163, quando começou a ser erguida no local onde ficava uma igreja romana, a 1345.
Localizado na Île de la Cité (uma pequena ilha no centro de Paris, rodeada pelas águas do rio Sena), o templo foi restaurado diversas vezes em seus mais de oito séculos de existência.
Em meados do século 12, essa igreja romana passou a ser muito pequena para a população de Paris, cujo crescimento havia disparado. Surgiu, então, o projeto de construir uma imensa catedral, de 135 metros de largura e 40 metros de altura, uma testemunha da prosperidade relativa do momento, quando a fome e as epidemias diminuíram.
O século 13 foi considerado um período negro para a catedral. Os líderes religiosos, estimando que os coloridos vitrais “comiam a luz”, substituíram muitos deles por cristais brancos.
Com a Revolução Francesa, a catedral foi fechada e nacionalizada. Seus tesouros foram roubados e a construção foi usada para armazenar alimentos.
Em 1801, a catedral foi restaurada para celebrar um acordo entre a França e a Santa Sé e para a coroação de Napoleão Bonaparte, em 1804. Mas em 1831 voltou a ser saqueada e teve seus vitrais quebrados.
No período romântico, que enaltecia a expressão artística de outras épocas, a Notre-Dame foi vista com novo interesse. Foi, então, que o escritor Victor Hugo, em seu livro “O Corcunda de Notre-Dame”, lançou o grito de alarme, alertando que a histórica catedral estava em ruínas.
A “ressurreição” da construção começou em 1844, guiada pelos arquitetos Eugène Viollet-le-Duc e Jean-Baptiste Lassuss, que morreria em 1857. A restauração, que respeitou materiais, estilos e épocas, se estendeu durante mais de duas décadas.
Entre 1990 e 1992, o alvo da restauração foi o grande órgão da Catedral de Notre-Dame, um dos instrumentos mais famosos do gênero no mundo. O site oficial do templo cita que também foi promovida uma limpeza na fachada, que durou mais de dez anos.
O material de divulgação cita, por fim, que “longe de ser um museu, a catedral é, desde suas origens, a Casa de Deus e a Casa dos Homens”.