Ilha pertence ao país europeu, que reconhece o governo interino de Juan Guaidó
Por France Presse
O governo da Holanda montará um centro de distribuição de ajuda humanitária para a Venezuela na ilha caribenha de Curaçao, anunciou o ministro das Relações Exteriores, Stef Blok. “O povo venezuelano precisa de ajuda humanitária”, escreveu no Twitter o ministro holandês.
“Por essa razão, Holanda e Curaçao decidiram facilitar a distribuição de ajuda humanitária em Curaçao, em estreita cooperação com o presidente interino da Venezuela, Juan Guaidó, e os Estados Unidos”, apontou.
Blok não informou quando esse centro de distribuição começará a operar, mas, em uma carta ao Parlamento holandês, explicou que “as modalidades exatas serão elaboradas posteriormente”.
Momentos depois, o conselheiro de segurança nacional da Casa Branca, John Bolton, elogiou a decisão holandesa e disse que a iniciativa “beneficiará o povo da Venezuela”. Bolton também parabenizou a Holanda pela doação de um milhão de euros – cerca de R$ 4,2 milhão de reais – ao Comitê da Cruz Vermelha, anunciada esta semana.
Ajuda humanitária
A Holanda é um dos cerca de 50 países que reconhecem Guaidó como presidente interino da Venezuela. O Brasil e a maioria dos países latino-americanos estão na lista. A oposição venezuelana e vários países pedem que Nicolás Maduro permita a entrada da ajuda humanitária dos Estados Unidos.
Durante manifestação que reuniu milhões de venezuelanos pelo país, na terça-feira, Guaidó prometeu que a ajuda norte-americana, estacionada em território colombiano, entrará na Venezuela em 23 de fevereiro.
Ele também informou que conta com a fronteira com o Brasil, em Roraima, como um dos pontos de coleta. A representante de Guaidó em Brasília, Maria Teresa Belandria, disse que está articulando com o governo brasileiro como será esse apoio.
Maduro, por sua vez, acusa os Estados Unidos de usarem o bloqueio das remessas de ajuda humanitária como pretexto para uma invasão militar na Venezuela.
Curaçao e Venezuela
Curaçao é uma ilha caribenha pertencente à Holanda a cerca de 100 quilômetros da costa da Venezuela. Desde o início do colapso político e econômico do regime chavista, venezuelanos tentam viajar para a Curaçao em busca de trabalho ou mesmo de produtos básicos indisponíveis no país sul-americano.
No ano passado, quatro venezuelanos morreram enquanto tentavam chegar a Curaçao, depois que um barco partiu ao meio durante o trajeto.