Brasília – O Embaixador da Ucrânia no Brasil, Rostyslav Tronenko pediu nesta quinta-feira, 29, que o Brasil exerça pressão política junto aos mecanismos internacionais contra o que chamou de “agressões da Rússia”. Reunido com o presidente da Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional (CREDN) da Câmara dos Deputados, Nilson Pinto (PSDB-PA), o diplomata afirmou que “não somos suicidas de achar que ganharíamos algo com uma guerra contra a Rússia. São nossos vizinhos e um grande mercado para a Ucrânia”, afirmou.
De acordo com o governo da Ucrânia, duas canhoneiras e um rebocador foram atingidos e neutralizados na tarde de domingo, 25, quando tentavam deixar uma área próxima de uma ponte no estreito de Kerch, o único acesso para o mar de Azov. O ataque teria sido desferido por navios, caças e helicópteros russos. Os 24 tripulantes – entre eles ao menos três feridos – foram capturados pelas forças especiais russas e estão presos naquele país.
Segundo Tronenko, “nós queremos a paz, mas a paz não depende de nós, depende do Senhor Putin. Não queremos que se repita 2014 quando formos atacados e estávamos despreparados. Estamos em uma área geopoliticamente de interesse da Rússia e somos reféns dessa situação”, disse.
Para o presidente da CREDN, os eventos de domingo podem escalar para algo mais sério, o que preocupa não apenas o Brasil como toda a comunidade internacional. “É fundamental que haja diálogo e respeito às normas internacionais. Situações como esta somente geram mais tensões, o que não interessa, creio, a nenhuma das partes”, advertiu.
Também nesta quinta-feira, o Itamaraty divulgou a seguinte nota oficial acerca do ocorrido: Incidente no Estreito de Kerch . O governo brasileiro tomou conhecimento, com preocupação, do incidente naval ocorrido domingo passado, dia 25/11, entre a Federação da Rússia e a Ucrânia, no estreito de Kerch, ponto de passagem entre o mar de Azov e o mar Negro. O governo brasileiro insta a Federação da Rússia e a Ucrânia a evitarem a escalada do conflito e buscarem solução pacífica para a crise, em conformidade com o direito internacional.
Fonte: Câmara dos Deputados