Segundo o ‘Financial Times’, Robert Lighthizer teria dito que novas cobranças sobre produtos chineses estão à espera de negociações entre os dois países.
Por Reuters
O diretor de Comércio Exterior norte-americano, Robert Lighthizer, negou ter afirmado a empresários da indústria que uma possível nova rodada de tarifas contra produtos importados da China está suspensa, à medida que os dois países seguem com negociações para abrandar a disputa comercial. A informação foi publicada mais cedo pelo jornal “Financial Times”, nesta quinta-feira (15).
“O plano para aplicar as tarifas registrado no dia 21 de setembro de 2018 não mudou. Qualquer informação do contrário está incorreta”, disse um porta-voz do departamento de comércio exterior norte-americano.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, impôs tarifas de US$ 250 bilhões em produtos chineses importados dos EUA para forçar concessões de Pequim a uma lista de demandas norte-americanas por reformas comerciais.
Ele também ameaçou sobretaxar outros US$ 267 bilhões em produtos chineses caso o país asiático não atendesse às demandas de Washington.
A China entregou uma resposta por escrito às demandas dos Estados Unidos por reformas comerciais abrangentes, em uma medida que pode desencadear negociações para colocar um fim à guerra comercial entre as duas maiores economias do mundo.
Entenda a tensão comercial
Há anos, os EUA reclamam que a China gera ao país um considerável déficit comercial (que é a diferença do volume exportado entre os dois países). Trump alega que o país asiático rouba propriedade intelectual, especialmente no setor de tecnologia, além de violar segredos comerciais das empresas americanas, gerando uma concorrência desleal com o resto do mundo.
Por isso, o combate aos produtos “made in China” é uma bandeira de campanha de Trump que recebeu o apoio de vários países. Entenda
As medidas dos EUA contra a China foram compostas por três ações:
– tarifas de importação contra produtos chineses
– disputa na OMC
– restrições de investimento
Em abril, os EUA anunciaram tarifas de US$ 50 bilhões sobre 1,3 mil produtos chineses, alegando violação de propriedade intelectual. Em resposta à taxação, a China impôs tarifas de 25% sobre 128 produtos dos EUA, como soja, carros, aviões, carne e produtos químicos.
Desde então, os dois países vem trocando ameaças mútuas e agravaram a tensão comercial. O governo chinês acusou os EUA de serem “caprichosos” e alertou que os interesses dos trabalhadores e produtores agrícolas norte-americanos seriam afetados.
No começo de julho, os EUA impuseram novas tarifas de 25% sobre US$ 34 bilhões em importações chinesas, somando 818 produtos. As taxas miram em produtos que, para Trump, são comercializados de forma injusta, como veículos de passageiros, transmissores de rádio, peças para aviões e discos rígidos para computadores.