Polícia local organiza caronas para levar os quase 7 mil migrantes da América Central pelas estradas mexicanas.
Por Associated Press
Policiais do México tentavam, neste domingo (11), ajudar milhares de migrantes da caravana que saiu da América Central a encontrar caronas para a próxima etapa da jornada rumo à fronteira com os Estados Unidos.
Em um pedágio a oeste de Queretaro, cidade no oeste do México onde o grupo passou a noite de sábado, policiais ajudaram a caravana a encontrar caminhões dispostos a levar os migrantes. A polícia impediu que o grupo tentasse parar os veículos sem ajuda.
O governo de Queretaro disse pelo Twitter que 6.531 migrantes viajaram pelo estado mexicano entre sexta-feira e sábado. Desses, 5.771 saíram na manhã de domingo depois de passar pelos três abrigos preparados pelo governo local. O maior deles, em um estado de futebol na capital do estado.
Esses números surgem ainda maiores do que a contagem das autoridades quando o grupo estava na Cidade do México. O aumento levanta a possibilidade de que outros migrantes tenham se juntado à caravana principal.
Os migrantes começaram a jornada antes do amanhecer de domingo para Irapuato a cerca de 100 quilômetros a oeste, depois de cruzarem o estado de Guajanato. Lá, eles também receberam assistência das autoridades locais.
Um dia antes, uma cena parecida se repetiu enquanto a caravana saía da Cidade do México. Trens do metrô levaram migrantes pela capital antes do amanhecer. E, em um pedágio no norte da capital mexicana, eles formaram filas para esperar suas vezes de subir em caminhões voluntários para seguir cerca de 200 quilômetros rumo a Queretaro.
Falta de perspectiva
Emilson Manuel Figueroa, um dos viajantes, conseguiu um lugar na parte de trás de um caminhão junto com um pequeno grupo de migrantes. Ele tem 23 anos e vivia como motorista de táxi em Honduras. “Eu acho que, em meu país, eu vou envelhecer sem nunca ter algo para o que viver”.
Os migrantes parecem estar a caminho de Tijuana, cidade na fronteira do México com San Diego, na Califórnia. O grupo, porém, ainda está a 2.575 quilômetros longe desse destino.
A caravana se tornou um assunto na campanha das eleições de meio de mandato nos Estados Unidos. O presidente Donald Trump ordenou o deslocamento de mais de 5 mil soldados à fronteira para fazer frente aos migrantes. Trump também insinuou, sem provas, de que há criminosos e até terroristas no grupo.
Vários migrantes dizem fugir da pobreza profunda, da violência de gangues e da instabilidade política, principalmente em Honduras, Guatemala, El Salvador e Nicarágua. Pela fuga, eles estão há semanas na estrada.
México ofereceu ajuda
O México ofereceu vistos de refugiado, asilo e trabalho para os migrantes. O governo mexicano afirmou que 2.697 vistos temporários foram emitidos a pessoas e famílias para auxiliá-los enquanto eles esperam pelo processo de 45 dias para se candidatar a um status mais permanente no país.
Apesar de o México oferecer ajuda, a maioria quer seguir viagem para os Estados Unidos. “(Nos EUA) nós podemos ganhar mais e dar algo para nossa família. Mas aqui (em Honduras), mesmo quando queremos dar algo para nossos filhos, nós não conseguimos”, disse a hondurenha Nubia Morazan, 28 anos, enquanto se preparava para sair, no domingo, com seu marido e os dois filhos.