ONU Brasil
A alta riqueza nacional não garante acesso igualitário a uma educação de qualidade, sugere um novo relatório divulgado nesta terça-feira (30) pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF).
De acordo com o relatório, alguns dos países mais pobres pesquisados, como Letônia e Lituânia, demonstram maior taxa de matrícula na pré-escola e desempenho de leitura mais compatível entre seus alunos do que os países mais ricos.
O relatório incorpora novos dados de 41 países ricos e membros da União Europeia e da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE). Os países foram avaliados quanto ao acesso das crianças a uma educação de qualidade e às diferenças de desempenho entre elas nos níveis pré-escolar e primário.
A pesquisa foi conduzida pelo escritório de pesquisa Innocenti do UNICEF, estabelecido para coletar dados em apoio à defesa dos direitos das crianças em todo o mundo. “Os países podem oferecer a seus filhos o melhor dos dois mundos: eles podem alcançar padrões de excelência em educação e ter uma desigualdade relativamente baixa”, disse a diretora do centro de pesquisa, Priscilla Idele.
Ela acrescentou que os países ricos “podem e devem” intensificar seus esforços para garantir que as crianças de famílias desfavorecidas tenham acesso à educação de qualidade, já que elas têm mais chance de serem deixadas para trás.
Circunstâncias que vão além do controle das crianças, segundo o relatório, estão levando alguns alunos a ter desempenho melhor que os demais. As famílias mais pobres, por exemplo, mostram menores taxas de frequência na pré-escola, enquanto as crianças migrantes de primeira geração têm mais dificuldades do que as crianças não imigrantes.
O relatório sugere modificações nos programas de educação infantil, ajuda a famílias de baixa renda para reduzir as disparidades socioeconômicas e a produção de mais dados sobre o assunto, por meio de estudos mais longos e aprofundados, com o objetivo de melhorar a acessibilidade e o desempenho geral da educação.
O relatório é parte da iniciativa “Innocenti Report Card”, projetado para monitorar e comparar o desempenho dos países ricos na garantia dos direitos das crianças.
Esta pesquisa destina-se a ajudar a garantir que todas as meninas e meninos completem o ensino primário e secundário gratuito, equitativo e de qualidade até 2030, um foco central do Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) número 4, uma das 17 metas globais estabelecidas pela Assembleia Geral das Nações Unidas em 2015.