Bolsonaro quer aproximar dos EUA
Ana Cristina Campos – Repórter da Agência Brasil
Bolsonaro tem acenado com uma maior aproximação com os Estados Unidos e elogiado as políticas implementadas pelo governo de Donald Trump. No âmbito regional, o candidato defende o distanciamento do Brasil de países como Venezuela e Cuba.
Na proposta de governo entregue pelo candidato ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Bolsonaro fala em um “novo Itamaraty”. Segundo o texto, o Ministério das Relações Exteriores precisa estar a serviço de valores que sempre foram associados ao povo brasileiro. A outra frente, diz o programa, será fomentar o comércio exterior com países que possam agregar valor econômico e tecnológico ao Brasil.
“Deixaremos de louvar ditaduras assassinas e desprezar ou mesmo atacar democracias importantes como EUA, Israel e Itália. Não mais faremos acordos comerciais espúrios ou entregaremos o patrimônio do povo brasileiro para ditadores internacionais”, diz o documento.
Sobre comparações feitas entre ele e o presidente dos Estados Unidos, Bolsonaro respondeu, em coletiva de imprensa, no último dia 20: “Trata-se de querer um Brasil grande assim como ele quer uma América grande. ”
“Ele [Trump] diminuiu a carga tributária do setor produtivo, foi criticado, mas isso gerou empregos e atraiu novas empresas de fora. A Inglaterra fez isso há 20 anos. Admiro muito ele [Trump] por isso aí, ou vão querer que eu admire [Nicolás] Maduro [presidente venezuelano] ou o governo cubano? ”, acrescentou Bolsonaro.
No âmbito regional, o plano de Bolsonaro prevê aprofundamento da integração “com todos os irmãos latino-americanos que estejam livres de ditadura”. “Precisamos redirecionar nosso eixo de parcerias”.
Sobre o Mercosul, o candidato afirmou, na entrevista do dia 20, que não se pode “jogar para o alto” o acordo. “O que não pode é continuarmos usando acordos como esse em função de interesses ideológicos como o PT fez”, criticou. “Vamos partir para o bilateralismo onde for possível. Conversei com o [Mauricio] Macri [presidente da Argentina], ontem com o do Paraguai [Mario Abdo], encontrei senadores do Chile. Vamos buscar fazer acordos com os países da América do Sul sem o viés ideológico”.