Dados foram divulgados pela Assembleia Nacional do país
Notícias ao Minuto Brasil
A Comissão de Finanças Assembleia Nacional Venezuelana (AN) anunciou nesta segunda-feira (8) que inflação anual acumulada no país chegou a 81.043,5%. Somente no último mês de setembro, o índice foi de 233%.
“Estamos falando de um número histórico. Tudo indica que ele só vá aumentar no próximo mês”, disse o deputado Juan Andrés Mejía, membro da Comissão, em entrevista coletiva convocada para apresentar os números, em Caracas.
Ele destacou que não há maneira de solucionar o problema que não seja a mudança do modelo econômico, que “acabou com a produção do país, expropria empresas privadas, ataca os comerciantes e prende gerentes de lojas que fazem seu trabalho”. Mejía afirmou que a inflação diária no país é de 4% e tem pequenas oscilações que fazem com que o resultado mensal sofra variações.
“O que pareceu um aumento substancial do salário mínimo, hoje já vale metade somente pr causa do câmbio. A inflação praticamente já acabou com este aumento salarial”, acrescentou o político, referindo-se ao aumento de 34 vezes do salário mínimo anunciado pelo presidente Nicolás Maduro no meio do ano.
Ele também advertiu que no próximo dia 27 vence a segunda parcela de quatro amortizações de títulos da dívida da PDVSA, estatal venezuelana de petróleo. “Estamos falando de US$ 841 milhões. Somente no mês de outubro, a nação acumulou uma dívida de US$ 1,5 bilhão”, destacou o parlamentar.
A Assembleia Nacional passou a informar o índice de preços ao consumidor desde janeiro para oferecer dados oficiais sobre a economia do país, que não são divulgados pelo Banco Central Venezuelano há três anos.
O Fundo Monetário Internacional (FMI) divulgou nesta segunda-feira (8) que prevê que a inflação venezuelana chegue a 10.000.000% (dez milhões por cento) em 2019, além de ter revisto a previsão de alta de preços deste ano de 1.000.000% (um milhão por cento) para 1.370.000% (um milhão, trezentos e setenta por cento). O fundo ainda destaca que a economia do país deve sofreu recessão de 18% neste ano e encolherá pelo menos 5% em 2019. Caso o resultado se confirme, a Venezuela terá no ano que vem metade do Produto Interno Bruto (PIB) que tinha em 2013.
Nicolás Maduro tenta conter a crise econômica com um pacote de medidas que instituiu uma nova moeda, o “bolívar soberano”, que cortou cinco zeros dos antigos bolívares. Ele ainda tenta estimular a população a vender seus dólares e poupar em “Petros”, uma criptomoeda que tem lastro no valor de minerais como ouro e diamante, ferro e alumínio.