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Aos 59 anos, a ministra britânica do Interior, Theresa May, será nomeada nesta quarta-feira (13) primeira-ministra britânica no lugar de David Cameron, que deixa o cargo depois do resultado favorável à saída do Reino Unido da União Europeia.
Esta é a primeira vez que uma mulher comanda o governo na Grã-Bretanha desde Margareth Thatcher, que deixou o poder em 1990. Mas apesar das comparações com a dama de ferro, as semelhanças são poucas. May, que assume o cargo depois da desistência dos outros candidatos do Partido, tem posições bem mais moderadas do que Thatcher: feminista assumida, ela também é favorável ao casamento gay.
Menos tradicional do que sua antecessora, May, filha de um pastor anglicano, ex-aluna de Geografia da prestigiosa em Oxford, é uma defensora da igualdade social e defende um país que “funciona para todo mundo”, e não para uma minoria de privilegiados. Pouco antes de sua adversária, a secretária de Estado Andrea Leadsom, se retirar da disputa, na semana passada, a ministra do Interior declarou: “hoje, se você nasce pobre, morrerá nove anos mais cedo. Se você é negro, será tratada de forma mais dura que se for branco. Se você é uma mulher, ganhará menos do que um homem”, resume.
Mesmo assim, e apesar de ter feito campanha contra o Brexit, May é eurocética. “Sua campanha pela manutenção do Reino Unido na Europa foi feita mais por pragmatismo do que por um desejo real de Europa”, estima Catherine Marshall, pesquisadora em civilização britânica na universidade francesa Sciences Po. “Ela assegura a ligação entre todas as facções do partido.”
Controladora relutante
“Ela talvez não tenha uma grande visão política, mas em tempo de crise nacjonal, sua calma e senso moral de compromisso são exatamente o que se precisa nesse momento”, diz o Guardian.Theresa May tem sua própria auto-definição: “não participo de programas de TV, não tenho fofocas para dividir na hora do almoço, não vou beber nos bares do Parlamento. E não mostro meus sentimentos. Só faço meu trabalho.”
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