Desde 2006, quando o México passou a adotar cotas de gênero, alguns partidos estão fazendo com que mulheres renunciem aos cargos depois do pleito
Notícias ao Minuto Brasil
O Instituto Nacional Eleitoral do México (INE) informou que enviará cinco conselheiros ao sudeste do estado de Chiapas para investigar o caso de 36 deputadas da região que foram obrigadas por seus partidos políticos a renunciar para serem substituídas por homens. A conselheira Adriana Favela disse durante uma reunião do departamento de igualdade de gênero do INE que a viagem servirá para avaliar que solução a autoridade eleitoral de Chiapas precisa tomar.
Há quatro dias, o INE condenou energicamente os atos de violência política contra as mulheres no estado de Chiapas. Foram acusados de promover a prática o Partido Revolucionário Institucional (PRI), o Partido Verde Ecologista de México, a Nova Aliança, o Chiapas Unido e o Podemos Movimento Chiapas.
De acordo com o INE, esses partidos forçaram uma série de renúncias de suas candidatas eleitas nos pleitos locais do último dia 1º de julho para que os postos sejam ocupados por homens.
O caso ficou conhecido como as “Manuelitas” em referência ao nome do governador de Chiapas, Manuel Velasco, que minimizou as denúncias das mulheres. Depois da pressão de órgãos eleitorais, atores políticos e organizações sociais, algumas mulheres decidiram ocupar os cargos obtidos nas urnas, contrariando as ordens dos partidos.
O fenômeno não é novo no país. Desde 2006, quando o México passou a adotar cotas de gênero nas listas eleitorais, alguns partidos estão fazendo com que mulheres renunciem aos cargos depois do pleito para favorecer homens.