Relatório datado de 12 anos depois da construção da ponte pedia ‘manutenção constante’ contra a ferrugem causada por poluição e maresia.
Por Associated Press
Quase quatro décadas antes do desabamento da ponte em Gênova, na Itália, o engenheiro responsável pelo projeto alertou que a estrutura precisaria passar por manutenção constante contra corrosão.
O projetista Riccardo Morandi, que deu nome à ponte, disse em 1979, que seriam necessários reparos contra os efeitos da maresia e da poluição. O número de pessoas mortas no acidente chegou a 43 no sábado (18).
Segundo a rede de televisão italiana RAI, Morandi alertou para a corrosão em um relatório 12 anos depois da inauguração da ponte. À época, o engenheiro disse que já se sabia sobre uma “perda de resistência química superficial do concreto” por causa da maresia e da poluição de uma usina siderúrgica perto dali.
No relatório, Morandi reafirmou a segurança do projeto da ponte. Mesmo assim, ele alertou: “Mais cedo ou mais tarde, talvez em poucos anos, será necessário recorrer a um tratamento com remoção de todos os traços de ferrugem”, escreveu o engenheiro.
Causas do acidente
Para o juiz Francesco Cozzi, o desabamento da ponte em Gênova não foi uma fatalidade. As investigações já começaram e devem durar meses até que peritos estabeleçam as causas do desastre, de acordo com a Rádio França Internacional (RFI).
Uma das principais hipóteses é a vulnerabilidade da infraestrutura e do material usado para a construção, o concreto armado. O material se degrada ao longo do tempo, além de precisar de uma frequente e custosa manutenção. A ponte foi construída na década de 1960, projetada pelo engenheiro Riccardo Morandi, durante uma das épocas de maior crescimento econômico da Itália.