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O presidente americano, Donald Trump, revogou nesta quarta (15) a autorização de segurança de John O. Brennan, diretor da CIA (principal agência de inteligência dos EUA) sob Barack Obama.
A permissão garante acesso de ex-autoridades de inteligência e de segurança a informações confidenciais.Ao anunciar a revogação, Sarah Sanders, porta-voz de Trump, criticou a conduta de Brennan, uma das vozes mais críticas ao republicano.
“Neste ponto da minha administração, quaisquer benefícios que autoridades podem colher de consultas com o sr. Brennan agora estão sobrepujadas pelo risco representado por sua conduta e comportamento erráticos”, afirmou Trump, em comunicado lido por Sanders. “O sr. Brennan tem um histórico que coloca em questão sua objetividade e credibilidade.”
Um dos exemplos usados por Trump para justificar a necessidade de revogar a autorização foi o fato de a CIA ter se infiltrado nos computadores do Senado durante o período em que Brennan comandou a agência.
O ex-diretor também teria usado seu status para “fazer uma série de alegações infundadas” sobre o governo de Trump, afirmou Sanders. “Esse acesso é particularmente inapropriado quando essas autoridades adotaram posições altamente políticas.”
Nesta semana, Brennan criticou Trump pelo linguajar usado pelo presidente contra a ex-assessora Omarosa Manigault Newman –o republicano se referiu a ela como uma “cachorra”.
“É espantoso quão frequentemente você fracassa em adotar padrões mínimos de decência, civilidade e probidade. Parece que você nunca vai entender o que significa ser presidente, nem o que é preciso para ser uma pessoa boa, decente e honesta”, disse Brennan.
O governo também anunciou que está revisando as autorizações de segurança de outras antigas autoridades, incluindo o ex-diretor do FBI (polícia federal americana) James Comey, demitido por Trump no ano passado.
Em julho, a Casa Branca já havia ameaçado retirar o acesso não só de Brennan, mas de outras autoridades de segurança do governo Obama, como Susan E. Rice, ex-conselheira de segurança nacional, e James R. Clapper Jr., ex-diretor nacional de inteligência.
Outro alvo da revogação é Peter Strzok, ex-agente do FBI demitido no começo da semana por publicar mensagens críticas ao presidente durante investigação sobre a interferência russa nas eleições.
A medida gerou acusações de ex-autoridades e membros do atual governo de que se tratava de retaliação política. Analistas avaliam que o republicano abre um grave precedente ao usar o recurso como forma de punir críticas.
Milhões de americanos possuem autorização de segurança, exigida por empregos nos setores público e privado, e a prática de permitir que ex-autoridades mantenham a permissão depois de deixar o governo é antiga.