General de divisão da Guarda Nacional Bolivariana Alejandro Pérez Gámez e outros suspeitos foram presos. Discurso de Nicolás Maduro foi interrompido em 4 de agosto por duas explosões que teriam sido causadas por drones.
Por France Presse
Um general das forças armadas da Venezuela foi detido sob acusação de participar de um suposto atentado contra o presidente Nicolás Maduro, informou nesta terça-feira (14) o procurador-geral Tarek William Saab.
“Ontem, segunda-feira, 13 de agosto, foram apresentados (ante um juiz) o cidadão Juan Requesens, o coronel Pedro Javier Zambrano Hernández e o general de divisão da Guarda Nacional Bolivariana Alejandro Pérez Gámez”, afirmou Saab à imprensa.
Explosões
Em 4 de agosto, duas explosões, que as autoridades de Caracas dizem ter sido provocadas por dois drones, obrigaram Maduro a abandonar rapidamente uma cerimônia de celebração do 81º aniversário da Guarda Nacional Bolivariana. Sete militares ficaram feridos.
A cerimônia, realizada na Avenida Bolívar de Caracas, era transmitida ao vivo pelas rádios e televisões venezuelanas e, no momento em que Maduro anunciou que tinha chegado a hora da recuperação econômica do país, ouviu-se uma das explosões.
A Colômbia tem estado no centro das acusações do governo venezuelano. Poucos dias após o suposto ataque, a Venezuela emitiu um comunicado responsabilizando Bogotá por qualquer nova agressão contra Maduro. Neste sábado, o líder venezuelano acusou diretamente o ex-presidente colombiano Juan Manuel Santos de ordenar a tentativa de atentado.
“Foi o ex-presidente Juan Manuel Santos quem deu a ordem de preparar a ação terrorista para o meu assassinato”, disse Maduro durante um ato com 700 generais e almirantes em Caracas, transmitido pelo rádio e pela televisão. Segundo Maduro, Santos atuou em coordenação com o opositor Julio Borges.
As autoridades venezuelanas identificaram até à data 25 indivíduos suspeitos de envolvimento no ataque, incluindo os deputados opositores Júlio Borges e Juan Requesens.
Crise e investida contra oposição
O governo venezuelano com frequência acusa a oposição e ativistas antichavismo – a quem se refere com palavras como terroristas e extrema direita – de conspirar para derrubá-lo e arquitetar atentados contra o presidente, que é impopular, mas foi reeleito numa eleição rejeitada por grande parte da comunidade internacional.
A Venezuela passa há meses por uma profunda crise, que levou centenas de milhares de pessoas a deixar o país. Analistas afirmam que a crise está associada à queda dos preços internacionais do petróleo, mas também a uma política econômica desastrada dos governos chavistas.
A queda da produção interna, as restrições cambiais, a escassez de produtos alimentares básicos e de medicamentos, os rendimentos familiares insuficientes, bem como a hiperinflação – que, segundo projeções do Fundo Monetário Internacional, será de 1 milhão por centro em 2018 – evidenciam a situação do país.