Redação Reuters
O Congresso peruano aprovou na quarta-feira suspender das funções parlamentares e denunciar criminalmente o deputado Kenji Fujimori, filho caçula do ex-presidente Alberto Fujimori, com apoio do partido liderado por sua irmã mais velha e ex-candidata à Presidência do Peru, Keiko Fujimori.
O Congresso suspendeu Kenji Fujimori até que sejam concluídas investigações contra ele por tráfico de influência, por supostamente ter tentado comprar votos para evitar a destituição de Pedro Pablo Kuczynski da Presidência do país.
A suspensão do parlamentar, que foi o mais votado nas últimas eleições gerais, é mais uma evidência da disputa dos irmãos Fujimori pela herança política de seu pai.
Kenji Fujimori disse que a decisão tomada no Congresso unicameral, onde o partido de sua irmã, o Força Popular, tem maioria, não respeitou o processo devido.
“Quero dirigir-me a minha irmã Keiko e lhe dizer: ‘Parabéns, aqui tem minha cabeça em uma bandeja’. O que foi vivido no dia de hoje é totalmente nojento”, disse em coletiva de imprensa.
Os conflitos entre Kenji e a legenda política de sua irmã se intensificaram depois que o parlamentar evitou que uma iniciativa liderada pelo Força Popular para destituir Kuczynski por seus vínculos com a Odebrecht fosse bem-sucedida.
Três dias depois, o então presidente concedeu um indulto humanitário ao ex-presidente Fujimori, uma medida controversa que foi considerada resultado de um acordo de bastidores entre Kuczynski e Kenji.
Em março, Kuczynski renunciou à Presidência pressionado pelas acusações de corrupção e seu vice-presidente, Martín Vizcarra, assumiu o cargo.