Duas vezes eleito prefeito de Tessalônica e conhecido por suas propostas antinacionalistas, Yannis Boutaris, de 75, trabalhou pela modernização da cidade.
Agência France Presse
Quatro gregos, que seriam ligados à extrema direita, foram detidos e serão processados nesta segunda-feira (21) por terem agredido durante um comício o prefeito de Tessalônica, Yannis Boutaris, figura emblemática da segunda mais importante cidade grega, ao norte do país.
Dois homens de 20 anos, um de 17 e outro de 36 serão julgados por terem causado “lesões corporais perigosas”, “danos materiais” e uma “perturbação” da vida social”, segundo uma fonte da Justiça. Eles foram pegos em flagrante.
Duas vezes eleito prefeito de Tessalônica e conhecido por suas propostas antinacionalistas, Yannis Boutaris, de 75, trabalhou pela modernização da cidade, frequentemente palco de excessos dos grupos extremistas.
“Eles me agrediram por todo lado, com chutes, socos, tudo”, contou o prefeito no domingo em entrevista à agência de notícias nacional ANA, acrescentando ter sido vítima de uma “agressão desprezível”.
Imagens mostram Boutaris sendo abordado por pessoas que estavam no comício. No momento em que está saindo, pessoas jogam objetos contra ele, que cai no chão. Um jovem tenta lhe dar um chute.
No final da agressão, um grupo de pessoas tenta quebrar a janela de seu carro, quando ele já estava deixando o local. O Ministério Público de Tessalônica investiga outros envolvidos no episódio.
A assessoria do primeiro-ministro Alexis Tsipras atribuiu o ocorrido a “bandidos da extrema direita”. A maioria dos partidos condenou a agressão, mas a filha do líder do partido neonazista Aurora Dourada, Urania Michaloliaku, acusou Boutaris de ser “antigrego” e felicitou seus agressores.
“Essa agressão provoca não apenas vergonha, mas preocupação. Porque o ovo do populismo e do nacionalismo foi quebrado e (o que ele contém) ameaça a democracia e a sociedade”, declarou Yannis Boutaris no domingo.
Manifestações estão previstas para esta segunda-feira à noite em Atenas para condenar essa agressão “antidemocrática”.