Ele foi condenado a reclusão na prisão de alta segurança de Chonchocoro
O ex-ditador boliviano Luis García Meza morreu neste domingo (29), aos 88 anos, num hospital militar da capital da Bolívia, La Paz, devido a sucessivos ataques cardíacos, adiantou à EFE o advogado de Meza, Frank Campero. García Meza faleceu depois de sofrer uma paragem cardíaca, consequência da deterioração da sua condição física ao longo dos últimos meses, disse Campero.
O advogado recordou que o ex-ditador e militar foi operado há 20 anos, para receber uma nova válvula no coração, e que devido à sua idade não seria possível voltar a operá-lo.”Ter estes enfartos de forma prolongada e contínua acabou com a sua vida hoje às 03:00 (04:00 de Brasília), aproximadamente”, indicou.
García Meza, extraditado para a Bolívia pela justiça brasileira em março de 1995, foi condenado por um tribunal boliviano a 30 anos de prisão sem direito a indulto por crimes da sua ditadura. Ele governou durante 13 meses, entre 1980 e 1981, período em que morreram e desapareceram vários dirigentes de esquerda, entre os quais Marcelo Quiroga Santa Cruz, um político socialista, escritor, jornalistas e professor universitário boliviano.
O ex-ditador foi condenado a reclusão na prisão de alta segurança de Chonchocoro.García Meza passou os últimos cinco anos internado num hospital militar de La Paz devido a problemas cardíacos.Há dois anos lhe foi negada uma petição para sair em liberdade condicional.
Em janeiro de 2017, o Tribunal de Roma condenou García Meza e outros sete ex-militares da América Latina a prisão perpétua por crimes cometidos contra italo-latinoamericanos, na denominada Operação Condor, uma aliança político-militar entre os regimes da América Latina nas décadas de 1970 e 1980 para coordenar a repressão à oposição às ditaduras vigentes.
Nessa altura, a defesa anunciou que iria recorrer da sentença por considerar que o ex-ditador não teve oportunidade de se defender no processo conduzido na Itália.Luis García Meza nasceu em 08 de agosto de 1929, na capital boliviana, La Paz, e foi presidente da Bolívia entre 1980 e 1981, depois de ter liderado um golpe de Estado que impediu a subida à presidência de Hernán Siles Zuazo, que tinha vencido as eleições em 1980. Em 1981 cedeu a Presidência da República a uma Junta de Generais, que nomeou Celso Torrelio presidente do país. Com informações da Lusa.