[:pb]Continuaram, no último final de semana, as comemorações do povo tcheco pelos 700 anos do nascimento Carlos IV, o maior de todos os reis da Tchecoslováquia, que nasceu em 1316 e morreu em 1378. Filho do rei tcheco Jan Lucembursky e de Eliska Premyslovna descendente da primeira dinastia de reis tchecos, Carlos IV foi educado por sete anos na corte do rei francês Carlos. Assumiu o trono tcheco em 1346 e em 1355 foi empossado como imperador do Sacro Império Romano-Germânico e escolheu a cidade de Praga como sede do governo. Para fortalecer sua posição, promoveu desenvolvimento econômico e cultural do reino, ampliando assim seu poderio. Praga, como capital do império, cresceu rapidamente.
Carlos IV fundou a Cidade Nova de Praga, a Universidade de Carlos, primeira universidade da Europa Central, a ponte de pedra sobre rio Moldávia conhecida como ponte de Carlos, que une a cidade velha à cidade nova e transformou Praga, então com 40 mil habitantes, na maior cidade da Europa Central. Existe um mito de que a Ponte Carlos foi construída com argamassa feita de ovos, leite e vinho. Verdade ou não, não se sabe, mas a ponte está intacta até hoje. Outro feito importante dele foi a construção do castelo Karlstein, cuja finalidade era guardar as jóias da coroa: a coroa propriamente dita, cetro e outros.
As comemorações pelos 700 anos de nascimento do rei tcheco Carlos IV se estenderão pelo ano todo. Exposições, palestras, filmes, visitas de reis europeus e autoridades culturais estrangeiras relembrarão os feitos desse extraordinário monarca. Intelectual que falava cinco línguas, escrevia livros, Carlos IV era um hábil diplomata que conseguiu costurar alianças internacionais, fortalecendo assim sua posição. Fez acordos com a Igreja Católica, fundou várias igrejas, mosteiros e conventos e conseguiu elevar o bispado de Praga para arqui-bispado. Para não ter surpresas desagradáveis, colocou um amigo para administrar o novo arqui-bispado, reintroduziu a inquisição e transformou a igreja em sua aliada. Numa disputa papal apoiou Urbano V e até promoveu a volta dele da cidade Avignon, na França, para a Roma. Carlos IV era muito religioso e tinha o costume de meditar por dias, sozinho, envolvido em orações.
Para ninguém perturbá-lo, ele se retirava ao castelo Karlstein, onde rezava numa pequena capela. Quem mais atrapalhava a sua concentração eram as mulheres e por isso ele proibiu a entrada delas no castelo. Mas a rainha, desconfiada desse retiro, disfarçou-se de um serviçal homem e conseguiu entrar no castelo. Lá ela encontrou o marido rezando e nenhuma mulher presente. Arrependida, pediu desculpas ao rei que a perdoou da pena de morte, que era o castigo para quem desrespeitasse essa regra da clausura masculina e, juntos, voltaram para o palácio real, em Praga, onde viveram felizes por muito tempo.
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