[:pb]Neste fim de semana, França e Alemanha se reúnem em Verdun, no nordeste francês, para lembrar os 100 anos de uma das batalhas mais sangrentas da história, e a mais mortífera da Primeira Guerra Mundial. Setecentos mil soldados deixaram a vida nos campos da cidade próxima da fronteira entre os dois países – e até hoje, vestígios dessa tragédia são encontrados na região.
É o que mostra uma reportagem publicada nesta semana na revista M, do Le Monde. Nos passeios pela floresta de Verdun, guias e turistas se deparam com esqueletos, projéteis e outros traços da batalha. Durante aqueles 300 dias de 1916, 60 milhões de disparos foram feitos por franceses e alemães, um confronto que mudou o relevo da cidade e traumatizou os que sobreviveram ao conflito.
A reportagem narra o impacto na vida de Gérald Colin, que herdou a profissão de guia florestal do avô, uma testemunha de Verdun. Sensibilizado pela violência da batalha, o francês se tornou obcecado pelo assunto: tem mais de 1,2 mil livros sobre o tema e conhece o acidentado terreno da região como a palma da mão. “No dia seguinte ao armistício de 11 de novembro de 1918, Verdun parecia uma paisagem lunar”, relata a revista. “A agricultura foi proibida na região, mas, rapidamente, a natureza retomou os seus direitos. Os troncos que se pensava mortos se mexeram de novo”, diz o texto.
“Poilus” não queriam que o campo fosse arborizado
Mas recuperar Verdun não foi tarefa fácil. Os projetos de rearborização dos campos eram sistematicamente rejeitados pelos ex-soldados, que preferiam ver a memória do local preservada, conta a revista M. Foram 10 anos de protestos, até que os[:]