Câmara Árabe sediou, em seu escritório no Cairo, encontro que tratou da criação de uma zona logística brasileira na Zona Econômica do Canal de Suez.
O escritório regional da Câmara de Comércio Árabe Brasileira no Cairo, no Egito, sediou a sessão de discussão sobre o estabelecimento de estrutura logística brasileira na Zona Econômica do Canal de Suez. A ideia é que ela forneça produtos brasileiros como açúcar, milho, soja e gergelim de forma sustentável ao Egito e que eles também sejam reexportados para mercados vizinhos.
A reunião, que ocorreu no começo desta semana, contou com a presença do conselheiro da Embaixada do Brasil no Cairo, Bernardo Henrique Penha Brasil, do vice-ministro Adjunto das Relações Exteriores do Egito para Assuntos das Américas, o embaixador Ashraf Mounir, e da reitora da Faculdade de Transporte Internacional e Logística da Academia Árabe em Alexandria, Sarah Al-Gazzar.
Também participaram o diretor regional da Câmara Árabe, Michael Gamal, a assessora do presidente da Autoridade Econômica do Canal de Suez, Amani El-Essawy, e o gerente geral Adjunto da Unidade Central na Zona Econômica do Canal de Suez, Mohamed Abu El-Dahab. Pela Câmara Árabe do Cairo, esteve presente ainda a coordenadora de Relações Institucionais, Rania Mohamed Hagrass.
Gamal disse que o projeto será ponto de virada nas relações comerciais entre o Brasil e o Egito e contribuirá para aumentar o intercâmbio econômico entre os dois países a taxas sem precedentes. Falando sobre as possibilidades que surgirão a partir dessa zona, desde o comércio do Brasil com o Egito até a reexportação aos países próximos, o diretor Gamal disse que a estrutura permitirá atender necessidades de árabes e africanos com urgência. Ele citou o fornecimento de gergelim aos países árabes, que era 90% do Sudão, e houve necessidade de buscar alternativa, sendo o Brasil a mais adequada.
Bernardo, da embaixada, enfatizou a importância do acordo de livre comércio entre Egito e o Mercosul, que, segundo ele, não foi explorado de forma otimizada desde a assinatura, em 2017. Ele sugeriu que o foco do comércio do Brasil com o Egito seja em produtos de valor agregado para maximizar o benefício do tratado.
l disse que o projeto será ponto de virada nas relações comerciais entre o Brasil e o Egito e contribuirá para aumentar o intercâmbio econômico entre os dois países a taxas sem precedentes. Falando sobre as possibilidades que surgirão a partir dessa zona, desde o comércio do Brasil com o Egito até a reexportação aos países próximos, o diretor Gamal disse que a estrutura permitirá atender necessidades de árabes e africanos com urgência. Ele citou o fornecimento de gergelim aos países árabes, que era 90% do Sudão, e houve necessidade de buscar alternativa, sendo o Brasil a mais adequada.
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Ele também disse que há diretrizes do governo brasileiro para aprimorar as relações econômicas, comerciais e de investimento com o Egito e que a Embaixada do Brasil no Cairo fornecerá apoio político e técnico para o sucesso deste projeto na Zona Econômica do Canal de Suez, assim como reuniões serão realizadas para discutir os detalhes da implementação e benefícios mútuos para os países.
Ashraf Mouni disse que as relações entre o Egito e o Brasil são históricas e há uma coordenação contínua entre os dois países em todos os fóruns internacionais. “Estamos constantemente trabalhando para fortalecê-las em todos os níveis, social, cultural e econômico”, disse, enfatizando que o presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, tem papel importante na reaproximação entre os povos árabes e o País.
“Estamos trabalhando para restaurar esse espírito mais uma vez, especialmente porque o Brasil não é apenas um importante parceiro comercial para o Egito, mas também se posiciona a favor de questões árabes em vários fóruns internacionais”, falou Mouni.
El-Dahab enfatizou a necessidade de que o projeto da zona logística não se limite apenas ao armazenamento e à redistribuição, mas inclua atividades de valor agregado, como a manufatura, o que, segundo ela, dobrará o retorno econômico para as empresas brasileiras. “Transformar matérias-primas como carvão, milho e soja em produtos acabados, como ração animal e ração para peixes, alcançará grandes benefícios econômicos para o Egito, observando que este projeto está alinhado com as metas nacionais do Egito de alcançar a autossuficiência em produtos básicos”, complementou El-Dahab.
Amani Essawy enfatizou o acolhimento do estabelecimento da zona logística brasileira como um primeiro estágio para estabelecer indústrias de valor agregado. Ela lembrou que a Zona Econômica do Canal de Suez já atraiu investimentos de muitos países. Essawy também destacou a importância de construir parcerias com a comunidade empresarial brasileira especializada e disse que o assunto será incluído na agenda de uma visita do presidente da Autoridade Econômica do Canal de Suez ao Brasil.
Reexportação
Al-Gazzar disse que o projeto representa uma aliança estratégica entre os dois países e não apenas importação e exportação. Ela lembrou que o governo egípcio tem uma estratégia para aumentar as exportações do país para US$ 100 bilhões anualmente, o que requer a adoção do conceito de “reexportação” por meio do estabelecimento de centros logísticos para importar matérias-primas, agregar valor a elas e reexportá-las. A partir disso, foi acordado que serão compartilhados dados comerciais e sobre as rotas marítimas do comércio dos países árabes e africanos em foco, assim como foi decidido também pela formulação de uma apresentação detalhada a esse respeito para ser discutida com o lado brasileiro na primeira oportunidade
Fonte: ANBA