Criada em 1960, a Opep reúne atualmente 13 grandes produtores de petróleo no mundo, entre eles Arábia Saudita, Irã, Iraque, Emirados Árabes Unidos e Venezuela.
O Brasil aceitou o convite da Organização dos Países Produtores de Petróleo (Opep) e ingressará no grupo de aliados do bloco, conhecido como Opep+. A decisão foi anunciada nesta terça-feira pelo ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, após a reunião do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE).
Criada em 1960, a Opep reúne atualmente 13 grandes produtores de petróleo no mundo, entre eles Arábia Saudita, Irã, Iraque, Emirados Árabes Unidos e Venezuela. Já o grupo Opep+ inclui países que, embora não façam parte formalmente da organização, participam de discussões estratégicas sobre o mercado de petróleo e colaboram em políticas internacionais de produção e comercialização.
O Brasil foi convidado para que nós fizéssemos parte da carta de cooperação. O que fizemos hoje foi exatamente discutir a entrada do Brasil em três organismos internacionais. Autorizamos iniciar o processo de adesão à EIA, isso está aprovado. A continuação do que foi suspenso no governo anterior, que é a adesão à Irena. Ficou decidido: início da adesão à EIA, Irena e Opep+ — disse Silveira, a jornalistas.
Críticas
O ministro enfatizou, ainda, que a adesão ao grupo não significa subordinação às regras deste, mas sim uma oportunidade de participação em debates estratégicos. “É apenas uma carta e fórum de discussão de estratégias dos países produtores de petróleo. Não devemos nos envergonhar de sermos produtores de petróleo”, acrescentou.
Contradição
A decisão, porém, gerou críticas de ambientalistas, que veem a adesão à Opep+ como uma contradição em relação aos compromissos climáticos assumidos pelo Brasil. O país sediará, em 2025, a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 30), em Belém (PA), e tem se posicionado como um dos líderes globais na transição energética e no combate às mudanças climáticas.
O Brasil é um dos dez maiores exportadores de petróleo do mundo, e sua entrada no bloco fortalece ainda mais seu papel como fornecedor global. A Petrobras, maior produtora de petróleo nacional, possui uma estrutura de capital misto, o que pode dificultar uma coordenação direta com outros países membros da Opep+ para ajustes rápidos na produção. Mesmo assim, a adesão à organização oferece ao Brasil uma maior visibilidade no cenário internacional.
Fonte: Correio do Brasil