Na Fiesp, Brasil e Finlândia iniciaram discussões que pautarão Fórum Mundial de Economia Circular que acontece em São Paulo em 2025
Em maio de 2025, a cidade de São Paulo sediará o Fórum Mundial de Economia Circular, maior evento do gênero no mundo. Na ocasião, mais de mil participantes internacionais terão a oportunidade de conhecer mais sobre as melhores práticas de Economia Circular.
“Essa será a primeira vez que o evento ocorrerá na América Latina, quando serão debatidas estratégias para inovação, modernização de processos e aumento da competitividade empresarial”, disse o cônsul da Finlândia em São Paulo, Kari Puurunen.
Ele participou do “Cooperação Brasil – Finlândia para Economia Circular”, evento realizado na sexta-feira (4/10), pela Fiesp, em parceria com o Consulado e a Embaixada da Finlândia, além do Business Finland. O encontro antecipa algumas das discussões que estarão em pauta no Fórum de 2025.
Para o vice-presidente e diretor titular do Departamento de Desenvolvimento Sustentável (DDS) da Fiesp, Nelson Pereira dos Reis, essa é uma discussão absolutamente atual e necessária. “A economia circular definirá a maneira como fazemos as coisas”, afirmou na abertura do evento.
O cônsul finlandês acrescentou que a circularidade é não apenas uma peça-chave para a nova economia, mas também para a regulação e resolução da crise de climática. “Precisamos abandonar a velha economia linear e não desperdiçar as oportunidades de reciclar e reusar”, lembrou.
Para ampliar o debate, a Fiesp convidou especialistas e autoridades que apresentaram cases de economia circular de empresas finlandesas e brasileiras. O primeiro painel, mediado pelo superintendente de Meio Ambiente e Sustentabilidade da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Davi Bomtempo, teve a participação das autoridades.
“A mudança no sistema produtivo e a transição para o sistema circular ajudará a mitigar a crise de poluição que temos e tornar as condições mais propícias para a geração da vida em nosso planeta”, disse o Diretor do Departamento de Novas Economias do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) Lucas Ramalho Maciel.
Ele destacou os esforços do governo brasileiro para realizar a transição para uma matriz completamente renovável e o empenho do setor industrial, que tem investido em processos de descarbonização. “O aumento da produção da indústria vem junto com a redução dos gases de efeito estufa”.
O governo estadual também tem trabalhado para oferecer iniciativas relacionadas à economia circular e oferece atendimento gratuito às empresas, de acordo com a coordenadora de Economia Circular da Agência Paulista de Promoção de Investimentos e Competitividade (InvestSP), Natalia Biesiada. “Nos últimos 10 anos, o estado de São Paulo tem trazido essa agenda com mais força e temos visto muitos avanços em relação ao tema, que veio para ficar”, ressaltou.
Para a especialista sênior do Ministério de Assuntos Econômicos e Emprego da Finlândia, Päivi Laitila, ninguém consegue fazer transição verde isoladamente. “Precisamos de colaboração, novas ferramentas, novos modelos operacionais e mentalidade inovadora”.
As estimativas do Fórum Econômico Mundial apontam que a economia circular pode impactar positivamente a geração de novos empregos e projetam crescimento de até US$ 4,5 trilhões na economia mundial até 2030. Segundo o líder de Programas Internacionais do Fundo Finlandês de Inovação (Sitra), Mika Sulkinoja, isso será possível “se todos os atores trabalharem de modo colaborativo, com integração”.
No encerramento do evento, representantes de empresas brasileiras e finlandesas apresentaram cases de economia circular.
Uma das falas mais contundentes foi a do diretor de Desenvolvimento Sustentável da Braskem, Jorge Soto. Ele afirmou que a empresa não tem uma estratégia de economia circular. “Isso porque ela já está incorporada na estratégia de ações da empresa”, resumiu.
Também participaram no segundo painel, com moderação do diretor titular adjunto do DDS, Kalil Cury Filho, o diretor de pré-venda da Relex Solutions, João Benedetto, o gerente de Projetos de Sustentabilidade da Afry Brasil, Rafael Favery, e a gerente de Mudanças Climáticas da Suzano, Sarita Severien.
Fonte: Fiesp/ Alex de Souza