André de Paula é recebido pelo governador Darci Piana. O Brasil já é o quarto maior produtor do mundo e o estado lidera nacionalmente.
O ministro da Pesca e Aquicultura, André de Paula, foi acompanhado pelo governador em exercício Darci Piana, em uma visita, nesta segunda-feira (15), a produtores de tilápia em Alvorada do Sul e Bela Vista do Paraíso, na região Norte do Paraná. A tilápia é o peixe mais cultivado da piscicultura brasileira, com 579 mil toneladas produzidas em 2023 e o Paraná é o líder nacional na produção, com 209 mil toneladas produzidas.
O Brasil é o 4º maior produtor de tilápia do mundo, atrás da China, Indonésia e Egito. Completam a lista: os peixes nativos (29,7%); e outras espécies como carpa, truta e pangasius (5,0%). A produção brasileira de peixes de cultivo é liderada pelo Paraná (24,0%), seguido de São Paulo (9,3%) e Minas Gerais (6,9%). No mundo, o consumo per capita de peixes é de 20 kg/habitante/ano, enquanto no Brasil esse número é ainda cerca de 10 kg/habitante/ano.
“É uma alegria estar aqui, por tudo que o Paraná representa para o agronegócio brasileiro e para a piscicultura. O Estado é, de longe, o maior produtor nacional de tilápias. São Paulo, que é o segundo maior produtor nacional, produz menos da metade do Paraná. O modelo daqui, que é baseado nas cooperativas, é um exemplo para todo o Brasil”, disse o ministro da Pesca e Aquicultura, André de Paula.
De acordo com os dados do Anuário do Peixe, da Associação Brasileira de Piscicultura, a tilápia é o peixe mais produzido do Brasil. A espécie representa 65% de toda a produção nacional de peixes. “O Paraná é líder nacional, responsável por 36% da produção nacional de tilápia e de 25% de toda a produção de peixes do País, o que torna o Estado em uma referência na piscicultura brasileira. É uma atividade que tem crescido muito no Paraná por ser um produto com alta lucratividade que pode ser cultivado em paralelo com a soja, o milho ou a produção de outras proteínas animais”, afirmou Darci Piana.
“A produção de tilápia é muito forte e está consolidada nas regiões Oeste e Sudoeste do Estado, e agora tem crescido muito aqui nas regiões Norte e Noroeste. Isso é importante porque mostra o dinamismo da cultura deste peixe, que tem valor agregado e pode ser beneficiado de diversas maneiras, tanto como filé, como ração animal ou óleo”, afirmou Piana.
Essa liderança, inclusive, vem se ampliando, já que a produção do peixe cresceu mais do que o dobro da média nacional entre 2022 e 2023. Enquanto em todo o Brasil o aumento entre um ano e outro foi de 5,28% na produção de tilápia, o Paraná registrou crescimento de 11,5% na cultura do peixe.
Segundo os dados mais recentes do Departamento de Economia Rural (Deral) do Paraná, a cadeia produtiva da tilápia teve um Valor Bruto de Produção (VBP) em 2022, que representa o valor total recebido pelos produtores, de mais de R$ 1,2 bilhão.
VISITA – Primeiro, a comitiva visitou uma propriedade em Bela Vista do Paraíso, que trabalha com cultivo de tilápia em tanque escavado. Nesta modalidade, os viveiros se parecem com ‘piscinas’ cavadas na propriedade. O local conta com 5 represas e comercializa, anualmente, cerca de 200 toneladas de peixe. O local conta com equipamentos que automatizam o controle de oxigênio e a distribuição de ração dos tanques, o que barateia a produção e garante lotes mais uniformes de peixes.
“Hoje eu consigo distribuir ração em um tanque inteiro em até oito minutos, cortando custos que eu teria com mão-de-obra e ganhando tempo”, explicou o piscicultor Hélio Salomão.
Depois, o governador em exercício e o ministro conheceram a Estância Alvorada, em Alvorada do Sul, onde são criadas tilápias em tanques-rede. Nestes casos, os peixes são confinados em tanques feitos com telas, parecidas com gaiolas submersas. A empresa tem, atualmente, 750 tanques de 6 metros cúbicos, mas conta com um projeto de expansão para 1,2 mil tanques. Ao todo, a Estância Alvorada produz cerca de 850 toneladas de tilápia por ano.
Por fim, as autoridades conheceram a Unidade de Beneficiamento de Pescados da cooperativa Cocari, onde milhares de peixes da região são abatidos e preparados para comercialização. A cooperativa, que trabalha desde a década de 1960 com vários tipos de proteína animal e grãos, vem expandindo atuação no mercado de pescados. Atualmente, 16 associados da região produzem para a cooperativa.
“Hoje nós estamos com um trabalho de prospecção de agricultores que possam entrar no mercado de tilápia para que a gente aumente a nossa produção. Nós acreditamos que é um mercado que ainda tem muito a crescer”, afirmou o diretor-presidente da Cocari, Marcos Trintinalha.
DEMANDA – A demanda pela tilápia tem crescido nos últimos anos por ser uma proteína altamente nutritiva e com baixo teor de gordura. Em dez anos, de acordo com o anuário da Associação Brasileira de Piscicultura, o consumo anual per capita de tilápia praticamente dobrou no Brasil. Em 2014, era de 1,47 quilo por pessoa, enquanto em 2023 o consumo chegou a 2,84 quilos por pessoa.
Na comparação com outros países, o Brasil é o quarto maior produtor mundial de tilápia, atrás de China (2,05 milhões de toneladas), Indonésia (1,45 milhão de toneladas) e Egito (1,1 milhão de toneladas).
Apesar do forte crescimento no período, ainda há espaço para avançar no mercado. Segundo o anuário dos produtores de peixes do Brasil, a média global de consumo de carne de peixe por ano é de 20 quilos por pessoa. No Brasil, o consumo é de apenas 10 quilos por pessoa, por enquanto.
PRESENÇAS – Também estiveram presentes na visita aos produtores os secretários do Estado de Agricultura e Abastecimento, Natalino Avance de Souza, e de Inovação, Modernização e Transformação Digital, Alex Canziani; o diretor-presidente da Invest Paraná, Eduardo Bekin; a deputada federal Luísa Canziani; e outras autoridades locais.