Vinho para mulher? Que nada!
Por Rachel Alves Nariyoshi
Os vinhos rosés apresentam as mais lindas tonalidades que vão do rosa escuro do Novo Mundo até o rosa claro do Velho Mundo, sobretudo os provenientes da França que apresentam tons mais claros. Suas garrafas são diferenciadas, de vidro claro para exibir sua cor, seus rótulos atrativos e alegres. É um vinho fácil para harmonizar, o que por si só já justifica ter seu dia marcado nas comemorações do calendário mundial: a quarta sexta-feira do mês de junho, que acontece hoje, dia 28 de junho de 2024.
Normalmente ao olharmos uma garrafa do vinho rosé, sempre nos remetemos aos vinhos da região da Provence/França. E é bem por aí mesmo! O Dia Mundial do Vinho Rosé foi instituído lá pela enóloga Valérie Rousselle, presidente da associação Éléonores de Provence.
Seu consumo tem aumentado mundo afora e acreditamos que seja por conta de sua versatilidade. Na harmonização, o vinho rosé é um coringa. O que isso quer dizer? Que o vinho rosé pode acompanhar, por exemplo, tanto um prato de Salmão como um prato de churrasco ou um peixe Saint Peter. Mas sua correta indicação para harmonizar é com o Sushi. Experimente acompanhar, também, um prato da culinária indiana (com curry e pimentas). Seu sabores, acidez e estrutura de corpo sutis garantem uma ampla harmonização com os sabores intensos e isso torna o vinho exclusivo.
A cor rosa e os taninos vêm das cascas das uvas tintas, extraídos no processo de vinificação quando as cascas ficam em contato com o mosto durante a fermentação por algumas horas. O enólogo é quem decide o tempo, a coloração e, consequentemente, a estrutura que seu vinho terá. Assim, quanto mais escuro for o vinho rosé, mais estrutura terá. Por outro lado, quanto mais claro for a coloração rosada, mais delicado e refrescante será o vinho. Concluindo, o vinho rosé é meio termo entre o vinho tinto e vinho branco. Apresenta-se com a leveza dos vinhos brancos, ao mesmo tempo em que também tem algumas características dos vinhos tintos.
Não podemos deixar de citar o livro A incrível história do vinho, de Benoist Simmat. Porto Alegre: L&PM, 2022, que diz “A partir dos anos 2.000, os rosés da provença têm um crescimento fulgurante, eles são bebidos do ano todo, se tornam símbolo da festa, da delicadeza, da gastronomia. Logo, uma a cada três garrafas vendidas na França é de rosé. E o fenômeno alcança o mundo inteiro, especialmente os Estados Unidos.” E por falar em Estados Unidos, estrelas de Hollywood se tornaram proprietárias de grandes vinícolas produtoras de vinhos rosés na Provence como George Lucas (Château Margüi) e Brad Pitt (Miraval).
O naturalista romano Plínio, o Velho (falecido em 79 d.C.), registra no livro História Natural, que essa invenção de vinhos rosados é dos egípcios mas eles, os romanos, aprenderam com os gregos essa técnica de vinificar vinhos claros de uvas escuras, dando-lhe o nome de “Vinum Clarum”.
A temperatura ideal para seu consumo varia de acordo com o seu gosto, porém, indicamos mantê-los entre 6°C a 11º C, o que torna o vinho rosé mais equilibrado e refrescante e deverá ser servido na taça própria para esse estilo de vinho, uma taça menor que a taça de vinho branco.
Tim-tim com vinho rosé!
@rachelalves.professoravinho