A natureza da Argélia inspira o trabalho do premiado fotógrafo argelino Sofiane Bakouri que é uma das grandes atrações da exposição “O Mundo Árabe – Civilização e Diversidade em Brasília”. Com emoção e espontaneidade Bakouri registra as belezas do país dele. Sofiane Bakouri, de 29 anos, obteve seu diploma de Engenharia Civil. Seu dinamismo e sentido de responsabilidade fazem dele uma pessoa muito ativa no tecido associativo em que a sua dedicaçao é sempre apoiada e apreciada. A mostra, com a participação de 16 países do Oriente Médio, está aberta à visitação no hall do plenário da Câmara Legislativa, em Brasília, até o próximo dia 06 de maio.
Sofiane Bakouri (foto) recebeu, em 2013, seu primeiro reconhecimento: o Diploma de Honra e o prêmio nacional do concurso de Fotografia Tiklat. Depois, colaborou na publicação de álbum com poetas e livros. Ele participa pela primeira vez de uma exposição no Brasil. Sofiane é graduado em Engenharia Civil e por seu dinamismo e sentido de responsabilidade tornou-se um profissional muito ativo na Argélia.
Talentoso e autodidata, seus primeiros passos na fotografia foram acompanhados por um amigo que transferiu a ele essa forma de arte e tornou-se sua grande paixão. “Uma forma de exorcizar sentimentos, estados de espírito, libertar-se um pouco das suas emoções, através das cores ou do preto e branco”, cita Sofiane que deu entrevista exclusiva para a revista Embassy Brasília.
EB- Porque a opção por fotografar paisagens do seu país?
A escolha de fotografar as paisagens de meu país não surgiu da noite para o dia, já que, desde muito jovem, eu tinha a mania de sair cedo de casa para contemplar as belas paisagens e admirar a criação divina. Depois, ao longo dos anos, eu comecei a compreender que meu país não era como os outros, pois ele possuía paisagens de tirar o fôlego. Contemplá-las são momentos mágicos. Posteriormente, descobri o dom da fotografia e, desde então, faço o meu melhor para imortalizar esses momentos.
EB- Existe algum segredo para uma boa fotografia?
No meu entendimento, uma bela foto é composta por vários critérios: um conhecimento mínimo sobre os lugares os quais se pretende fotografar (repérage ou reconhecimento); em seguida, a definição da abordagem artística, o que significa definir o enquadramento no qual se pretende fazer a foto. Mas as fotos mais bem sucedidas, para mim, são aquelas tiradas em um momento de extrema emoção e aquelas tiradas por instinto. A espontaneidade é a fonte de toda beleza.
EB- O que é mais importante observar em um ambiente quando se vai fotografar?
Tudo depende do sentido que se pretende dar a essa foto ou da mensagem que se quer transmitir. Pessoalmente, creio que todo momento é ideal para ser fotografado, pois um momento é melhor apreciado quando não se pode jamais revivê-lo por meio de uma foto harmoniosa.
EB- Em que momento você descobriu que queria trabalhar com fotografia profissionalmente?
Sinceramente, no começo, eu tinha em mente apenas a ideia de fazer boas fotos, de mostrar o que eu queria dizer, de mostrar a beleza de meu país e, posteriormente, uma sucessão de fatores fez com que eu me tornasse profissional, e nada é mais bonito do que trabalhar e viver de sua paixão.
EB- Você tem algum projeto novo para esse ano?
Projetos existem e sempre haverá, enquanto a vida continuar a existir e enquanto a natureza continuar a nos fascinar a cada dia, a cada momento.