Governo equatoriano afirma, em declaração oficial, que o país é soberano e não vai permitir que Jorge Glas, ex-vice-presidente do Equador, “fique na impunidade”.
A invasão da Embaixada mexicana pela polícia equatoriana, em Quito, na última sexta-feira (5), aumentou a crise diplomática entre os dois países. Policiais entraram à força na embaixada para o ex-vice-presidente equatoriano Jorge Glas, que estava refugiado no local desde dezembro. Ele foi condenado a seis anos de prisão por corrupção em um caso que envolve a Odebrecht e tinha recebido asilo político do governo mexicano. No mesmo dia, o México anunciou o rompimento imediato das relações com o Equador e sua equipe diplomática deixou a embaixada, neste domingo (07).
Para o governo equatoriano, a embaixada mexicana abusou “das imunidades e privilégios” e o asilo diplomático concedido a Glas era “contrário ao marco jurídico convencional” o que levou a realização da captura. “O Equador é um país soberano e não vamos permitir que nenhum delinquente fique na impunidade”, diz a declaração oficial. De acordo com ela, Jorge Glas não pode ser considerado perseguido político por ter sido condenado a uma sentença executória e um mandado de detenção emitidos.
A presidência do Equador confirmou a prisão de Glas e disse que o ex-vice-presidente tinha sido colocado “à disposição das autoridades competentes”. Para o governo equatoriano, a embaixada mexicana abusou “das imunidades e privilégios” e o asilo diplomático concedido a Glas era “contrário ao marco jurídico convencional”.
O governo equatoriano afirma que “cumpriu a ordem de detenção de Jorge Glas emitida pelo Tribunal de Justiça Nacional e colocou-a sob as ordens da Justiça. Na visão do Equador, “nenhum criminoso pode ser considerado perseguido politicamente quando foi condenado com uma sentença executória e um mandado de prisão emitido pelas autoridades judiciais
O governo brasileiro condenou, no sábado (6), a invasão da polícia equatoriana à embaixada do México em Quito e disse que o episódio abre um “grave precedente”. “A medida levada a cabo pelo governo equatoriano constitui grave precedente, cabendo ser objeto de enérgico repúdio, qualquer que seja a justificativa para sua realização. O governo brasileiro manifesta, finalmente, sua solidariedade ao governo mexicano”, diz a nota do Itamaraty.
Líderes de países vizinhos se manifestaram nas redes sociais. O caso levou ao rompimento das relações diplomáticas entre as duas nações, e chefes de Estado condenaram a incursão. Na lista dos críticos estão os governos da Colômbia, Venezuela, Honduras, Chile, Cuba, Brasil e até a Argentina.