Limite anunciado nesta segunda-feira (22/01) deve reduzir em 35% o número de permissões para estudo no país em programas de bacharelado internacional e graduação.
O Canadá decidiu limitar, durante dois anos, o número de estudantes estrangeiros que poderão entrar no país — em uma tentativa de conter a pressão nos preços de moradia e saúde em seu território. O limite deve reduzir em 35% o número de permissões para estudo aprovadas.
O ministro da Imigração, Marc Miller, anunciou a medida na segunda-feira (22/01), acrescentando que o Canadá pretende aprovar esse ano cerca de 360.000 permissões para estrangeiros na graduação.
O Canadá abrigava mais de 800.000 estudantes estrangeiros em 2022, enquanto uma década antes esse número era de 214.000. O limite se aplicará a estudantes de programas de bacharelado internacional e de graduação, mas não afetará estudantes que solicitarem a renovação de permissões já concedidas.
No novo modelo, cada província e território receberá uma parcela determinada de permissões que poderão ser concedidas — a distribuição regional foi definida a partir do tamanho da população local e do volume atual de matrículas. As províncias decidirão então como distribuir internamente estas permissões para as universidades.
Como parte da mudança, a partir de setembro, o governo também deixará de conceder mais permissões para trabalho para estudantes formados em faculdades com modelo público-privado, que é mais comum na província de Ontário.
“É inaceitável que algumas instituições privadas venham se aproveitando dos estudantes estrangeiros, operando campi com poucos recursos, sem dar apoio aos estudantes e cobrando mensalidades elevadas, enquanto aumentam significativamente a entrada de estudantes de fora do país”, disse Miller.
O ministro defendeu que as novas medidas “não são contra estudantes estrangeiros individualmente”, mas destinam-se a garantir que os futuros estudantes recebam a “educação de qualidade para a qual se matricularam”.
O anúncio ocorre em um momento que o governo do primeiro-ministro Justin Trudeau enfrenta pressão crescente para conter um mercado imobiliário cada vez mais inacessível.
Fonte: BBC News