Ibrahim Alzeben solicitou que o governo brasileiro compartilhe da iniciativa da África do Sul que entrou com ação de crime de genocídio contra Israel na corte internacional
Por Liz Lôbo
O embaixador da Palestina em Brasília, Ibrahim Alzeben, solicitou, nesta quarta-feira (10) que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) apoie uma ação judicial da África do Sul contra Israel pelo crime de genocídio cometido contra o povo palestino na Faixa de Gaza. “Solicitamos o apoio do Brasil a esta iniciativa da África do Sul, que tem como objetivo pôr fim ao genocídio contra o povo palestino e libertar, neste caso, tanto Israel quanto a Palestina e a população palestina, disse Alzeben. Segundo o Itamaraty Lula a iniciativa da África do Sul. O encontro foi no Palácio do Planalto, em Brasília.
A ação da África do Sul vem ganhando adesão. Ela alega que os atos de Israel são de caráter genocida, buscando a destruição dos palestinos de Gaza como parte de um grupo nacional, racial e étnico mais amplo. Entre as acusações estão o assassinato de palestinos em Gaza, danos físicos e mentais graves, e condições de vida que podem levar à destruição física da população palestina. A ação será analisada pela Corte Internacional de Justiça (CIJ) em Haia nos nesta quinta e sexta-feira (11 e 12)
O Brasil está representado pelo senhor Juiz que está em Haia e a posição do Brasil está clara: é condenar qualquer genocídio sobre qualquer ser humano. Nós esperamos que o processo interrompa o genocídio”, disse Alzeben. O Brasil está representado na CIJ pelo juiz Leonardo Brant, eleito pela Assembleia-Geral da ONU em 2022. Segundo o embaixador, “a posição do Brasil está clara: condenar qualquer tipo de genocídio contra qualquer ser humano”.
Segundo nota do Itamaraty, “o governo brasileiro reitera a defesa da solução de dois Estados, com um Estado Palestino economicamente viável convivendo lado a lado com Israel, em paz e segurança, dentro de fronteiras mutuamente acordadas e internacionalmente reconhecidas, que incluem a Faixa de Gaza e a Cisjordânia, tendo Jerusalém Oriental como sua capital”.
Segundo a ONU, mais de 23 mil pessoas foram mortas na Faixa de Gaza e quase 60 mil foram feridas. Em Israel, o número segue inferior a 2.000 pessoas.
Bolívia – No domingo (7), a Bolívia foi o primeiro país da América do Sul a manifestar apoio à iniciativa sul-africana. Nesta terça-feira (9), a embaixadora permanente do Chile nas Nações Unidas, Paula Narváez, anunciou na Assembleia Geral da ONU que o Chile também deverá adotar medidas legais significativas contra Israel.
Fundada em 1945, a Corte Internacional de Justiça está sediada em Haia, na Holanda. A Corte julga disputas entre Estados e responde a consultas de órgãos ou agências especializadas das Nações Unidas (ONU).
De acordo com o jornal norte-americano “New York Times”, Israel afirma que o país distorce o significado de genocídio e o propósito da convenção internacional sobre o tema, da qual os israelenses são signatários. Para Israel, a ação deveria ser apresentada contra o Hamas, grupo terrorista é alvo do exército israelense.