O encarregado de negócios da Embaixada dos Estados Unidos no Brasil, Douglas Koneff, afirmou nesta quinta-feira (24) que qualquer comunicado que condene as ações russas por violarem as leis internacionais é esperado pelos americanos por parte de países aliados e que prezem pela diplomacia. Entre eles, o Brasil.
“O Brasil é um país importante, tem uma cadeira no Conselho de Segurança da ONU. A voz do Brasil importa. O Brasil também faz parte das conversas que estamos tendo em Nova York. Qualquer comunicado que condene as ações russas como uma violação da lei internacional e dos parâmetros da ONU, e que clame por uma ‘desescalada’ das hostilidades e retirada de tropas são passos importantes para qualquer país”, disse Koneff à imprensa em encontro em Brasília.
Ele também reforçou que o Brasil tem preceitos diplomáticos nas relações internacionais, que não estão de acordo com as últimas ações tomadas pelo presidente russo Vladimir Putin.“O presidente Putin rechaçou qualquer tentativa de exercer a diplomacia. Se tem uma coisa que o Brasil defende é a diplomacia, é um princípio fundamental das relações internacionais brasileiras”.
O representante da embaixada americana não entrou em detalhes, mas afirmou que tem conversado com o Ministério das Relações Exteriores do Brasil ao longo do dia e que as interlocuções ocorreram diariamente nas últimas semanas.
Os diálogos também ocorrem nos Estados Unidos, onde o Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas está reunido desde ontem em Nova York, e deve divulgar um comunicado conjunto ainda na noite desta quinta-feira (24), com o apoio do governo brasileiro.
Questionado a respeito da viagem do presidente Jair Bolsonaro à Rússia na semana passada e a possibilidade das relações comerciais brasileiras interferirem nas relações com os americanos, Koneff descartou possíveis sanções ou represálias ao Brasil.
“Existe uma separação entre países que tenham relações bilaterais com o que está acontecendo agora. Não vejo elo entre a relação econômica do Brasil com a Rússia e sua relação econômica com os EUA. Nosso foco deve ser no impacto causado com as sanções econômicas (contra a Rússia).”
Com informações da CNN