Em Brasília, aconteceu a primeira vindima de uvas finas para elaboração de vinho fino seco na Villa Triacca. Vidima é o período da colheita das uvas, época celebrada mundo afora, onde os viticultores veem o resultado de todo um ano de trabalho.
“Trabalho árduo”, foi assim que o agrônomo Gabriel Triacca se referiu aos cuidados dos parreiras, desde a preparação da terra, plantação dos porta-enxertos, condução, práticas de manejo, controle de pragas até chegar ao amadurecimento dos cachos de uvas e sua colheita.
Quando falamos de uvas finas, nos referimos às vitis viníferas, aquelas usadas para elaborar o vinho fino seco. E a Villa Triacca, colheu a uva Shiraz e nós estávamos lá participando e testemunhando tudo que começou ainda de madrugada por um batalhão de agricultores vizinhos, amigos, sommeliers e outros apaixonados por vinhos. Na noite anterior, foi oferecido uma degustação de vinhos da variedade Shiraz plantadas e processadas em Minas Gerais, das vinícolas Maria-Maria, Primeira Estrada e Casa Verrone. Um verdadeiro show à parte!
A “vindima de inverno”, ou seja, colheita que é resultante da técnica de “dupla poda” da videira, que acontece em janeiro, para, nos meses de inverno brotarem e em agosto/setembro serem colhidos seus frutos maduros, é uma realidade praticada em Minas Gerais e em Goiás. Essa técnica foi desenvolvida pela EPAMIG-Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais, que também vinificará o vinho dos Triaccas.
Nas condições climáticas do Planalto Central nos meses da seca (agosto e setembro, sem chuvas e com grande amplitude térmica entre dia/noite), as uvas apresentam grande quantidade de açúcar, essencial para provocar a fermentação e ser convertido em álcool do vinho. Por conta desse clima, há um “cinturão de uvas Shiraz pelo DF”, com cerca de dez viticultores, como também na fazenda Ercoara e nos vinhedos Girassol e Pirineus em Goiás.
Os Triaccas vieram para Brasília depois de uma estada no Rio Grande do Sul, vindo originalmente da Itália, de onde trouxeram com eles a técnica e a tradição de cultivar uvas e produzir bons vinhos. Lá na Itália, a família Triacca tem parreirais em 3 regiões: La Gatta em Valtellina, La Madonnina em Chianti Classico e Santavenere em Montepulciano e sua sede comercial fica em Campascio, em Valposchiavo na Suíça. Nesses parreirais são plantados quase 200 hectares de Nebbiolo, Sauvignon blanc, Sangiovese, Merlot, Chardonnay, Cabernet Sauvignon e outras variedades. Esses vinhos dos Triaccas italianos podem ser apreciados, hoje, lá no restaurante da eco-pousada Villa Triacca.
Mas, voltamos a falar dos Triaccas candangos: construíram a Eco-pousada Villa Triacca que fica a 50km de Brasília, no PAD/DF – Programa de Assentamento Dirigido do Distrito Federal e lá plantavam soja, maçãs e peras (adaptadas ao clima do cerrado), até que começaram a plantar, também, as vinhas.
A Eco-pousada com muitos atrativos no campo, como trilhas ecológicas para caminhadas e bikes, piscina com aquecimento solar, esportes aquáticos, tudo pensando na sustentabilidade ambiental, onde preservam duas nascentes de água mineral que abastecem todo o complexo turístico e agrícola. Atração à parte, também conhecemos o tunisiano, Chef Nasceur que incasavelmente prepara toda a refeição da eco-pousada, misturando as culturas da Tunísia, Itália e do Centro-oeste brasileiro.
O patriarca Ronaldo Triacca informa que seu vinho, quando pronto, não será comercializado no mercado, somente lá na eco-pousada, exclusivamente para seus hóspedes.
Tim-tim aos vinhos de Brasília!
https://www.villatriacca.com.br/
villatriacca@villatriacca.com.br
Endereço: BR 251 Km 06 PADF em Brasília
Qual a área cultivada ??!
Excelente postagem!!!!