O vice-presidente dos Estados Unidos, Mike Pence, viajará à Turquia nesta quarta-feira (16) para tentar convencer o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, a interromper a ofensiva contra os curdos no norte da Síria.
Em comunicado, a Casa Branca disse que Pence vai “reiterar o compromisso do presidente Donald Trump em manter sanções econômicas à Turquia até que se chegue a uma resolução”.
Entretanto, segundo a emissora turca NTV, Erdogan já comunicou Trump de que não vai declarar cessar-fogo nem negociar com as milícias curdas, a quem chama de “organização terrorista”.
Na segunda-feira, o governo dos EUA impôs sanções a integrantes do governo da Turquia por causa das ofensivas no norte da Síria. Trump voltou a dizer que pode “destruir a economia turca” caso as ações militares não sejam interrompidas.
Os combates na região continuaram nesta terça-feira. De acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU), ao menos 160 mil civis deixaram o nordeste da Síria desde o início da ofensiva turca, há uma semana.
Rússia se move
Com a retirada dos militares norte-americanos do nordeste da Síria, a Rússia acena para um apoio aos militantes curdos – principalmente depois de eles procurarem ajuda no regime de Bashar Al-Assad, que é aliado do governo de Vladimir Putin.
De acordo com a agência Associated Press, a Rússia enviou militares para a região para tentar impedir a escalada do conflito. Ao mesmo tempo, Putin tenta restabelecer um diálogo com a Turquia – país com o qual a Rússia se aproximou, sobretudo após o governo de Erdogan comprar caças russos.
Vladimir Putin durante fórum econômico no extremo leste da Rússia, em setembro de 2019 — Foto: Sputnik/Mikhail Klimentyev/Kremlin/Reuters
Nesta terça-feira, após Pence anunciar a viagem à Turquia, o governo russo afirmou que Putin conversou com Erdogan para “assegurar a unidade territorial síria”. O presidente da Rússia chegou a convidar o colega turco para uma visita, segundo comunicado do Kremlin.
Para o enviado especial do governo russo à Síria, Alexander Lavrentyev, “ninguém está interessado” em uma guerra entre tropas governistas sírias e forças turcas. “A Rússia não vai deixar isso acontecer”, disse.