Mike Pence faz sua primeira visita oficial ao Brasil
ANSA
Como já era esperado, a crise na Venezuela e a política do governo de Donald Trump de separar famílias de imigrantes ilegais, que vitima mais de 50 crianças brasileiras neste momento, dominam a visita do vice-presidente dos Estados Unidos, Mike Pence, a Brasília.
Essa é a primeira viagem de um membro do alto escalão da Casa Branca ao Brasil desde a posse de Michel Temer, em maio de 2016, e ocorre quase um ano após Pence ter feito um tour por Argentina, Chile, Colômbia e Panamá, ignorando a maior economia da região.
Em pronunciamento conjunto com Temer, o vice-presidente dos EUA cobrou “mais firmeza” do Brasil e de outras nações da América Latina contra o governo de Nicolás Maduro na Venezuela.
“O Brasil liderou os esforços para expulsar a Venezuela do Mercosul, uniu-se aos EUA para suspender a Venezuela da OEA [Organização dos Estados Americanos], agora chegou a hora de agir com mais firmeza”, declarou.
Na visão de Washington, Maduro “destruiu a democracia” e instaurou uma “ditadura brutal” na Venezuela. Já Temer preferiu se concentrar na crise humanitária que levou dezenas de milhares de venezuelanos a fugirem para outros países da região – 50 mil deles escaparam para o Brasil.
“Ambos lamentamos a crise humanitária que atravessa a Venezuela. Falei dos venezuelanos que buscam melhores condições de vida no Brasil”, destacou o presidente. Nesta quarta (27), Pence visitará um abrigo para deslocados externos em Manaus (AM).
Imigração
Ao lado de Temer, Pence pediu que latino-americanos não tentem entrar nos EUA se não tiveram condições de fazê-lo legalmente. “Queremos que vocês e suas nações prosperem e floresçam”, declarou, referindo-se a imigrantes de países como Honduras, Guatemala e El Salvador, na América Central.
Pence também garantiu que Washington e Brasília estão trabalhando para reunir as famílias separadas pela política de “tolerância zero” do governo Trump, que separou mais de 2 mil crianças de seus pais. Pence ainda assinou com Temer um acordo para o uso da base espacial de Alcântara, no Maranhão, e se reuniu com o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Aloysio Nunes.