Em entrevista coletiva, o presidente disse que conversou pela manhã com seu colega brasileiro, Jair Bolsonaro, para colocar em prática um tratado de ação sanitária binacional já existente.
“Reunimos a aprovação do presidente brasileiro para aplicar esse tratado e, nas próximas horas, o colocaremos em prática”, disse, acrescentando que há “preocupação recíproca com o que está acontecendo na fronteira”. Lacalle Pou também informou que os ministérios do Interior e da Defesa adicionarão dois postos migratórios e sanitários aos dois já existentes nos pontos de fronteira para minimizar o tráfego de e para a capital do departamento homônimo.
Além disso, suspendeu-se o início das aulas na cidade, programado para os dias 1 e 15 de junho, e ordenou-se um aumento dos recursos de saúde, como ambulâncias e leitos de terapia intensiva. Também informou que serão feitas inspeções em lojas locais, e a realização de 1.100 testes aleatórios na cidade para dimensionar a quantidade de infectados. As medidas estão “focadas no respeito à vida binacional, mas ao mesmo tempo tentando garantir que surtos de contágio não migrem da Rivera para resto do país”, disse Lacalle Pou.
Dos 18 novos casos da doença computados nesta segunda no país, 17 foram em Riviera, que tem ao todo 29 infectados. As últimas duas mortes por covid-19 registradas no Uruguai ocorreram nessa cidade no sábado. O Uruguai tem a epidemia de coronavírus sob “controle relativo”, segundo especialistas que aconselham o governo. O país registra 769 casos, 22 mortes e apenas 129 pessoas com doenças em andamento.
No entanto, a fronteira é o calcanhar de Aquiles, já que a passagem nas cidades fronteiriças com o Brasil permanece aberta para os residentes de ambos os países devido ao caráter “binacional” dessas localidades. Com 374.898 casos e 23.473 mortes até agora, o Brasil é o país mais afetado na América Latina e o segundo no mundo devido à pandemia de coronavírus, depois dos Estados Unidos