Ministro uruguaio disse que fará “tudo possível” para assinar Tratado de Livre Comércio com China
A China é atualmente o segundo mercado para as vendas uruguaias ao exterior, embora tenha sido o primeiro em 2015, com compras de mais de 2,07 bilhões de dólares. O Uruguai espera o apoio do Mercosul para essa assinatura de acordo, segundo informou o ministro da Economia do país sul-americano, Danilo Astori, em uma entrevista publicada nesta segunda-feira (26/12).
“Do ponto de vista do Uruguai, vamos fazer tudo o que for possível para que o TLC aconteça”, afirmou Astori em uma entrevista publicada no jornal La República. Como membro do Mercosul, o governo uruguaio precisa da anuência de seus outros sócios no bloco regional para assinar um acordo bilateral, segundo as normas internas.
“O Uruguai fez o pedido ao Mercosul. Como se sabe, o Brasil adiantou uma opinião negativa no sentido de que o TLC requer um acordo entre todos os membros do Mercosul. A posição da Argentina não é tão rígida, acho”, comentou Astori. Desde a posse de Mauricio Macri na Argentina e de Michel Temer no Brasil tem sido pedida uma flexibilização do Mercosul, na medida que alguns sócios atravessam recessões ou estagnação econômica.
O ministro uruguaio defendeu que para o Uruguai a assinatura do TLC “seria absolutamente fundamental”, considerando que o governo busca atrair novos investimentos para o país. “O Uruguai tem uma vontade muito forte de ir em frente (com o TLC), mas terá que considerar também a situação da região. E sobretudo a vontade de que tanto a China quanto os nossos sócios do Mercosul hajam para que o Uruguai possa fazer este tratado”, acrescentou.
Em outubro do ano passado, durante uma viagem a Pequim do presidente Tabaré Vázquez, Uruguai e China assinaram um acordo de Aliança Estratégica na tentativa de avançar a um TLC. Como consequência dessa viagem, em Vázquez se reuniu com o chinês Xi Jinping, Astori destacou que “várias firmas chinesas manifestaram seu interesse” em investir no Uruguai. “E estão até nos visitando”.
A China é atualmente o segundo mercado para as vendas uruguaias ao exterior, embora tenha sido o primeiro em 2015, com compras de mais de 2,07 bilhões de dólares, o que representa 23% de suas exportações totais.