A União Europeia (UE) afirmou, nesta sexta-feira (3/4), que o plano dos Estados Unidos sobre um governo de transição na Venezuela – sem o presidente Nicolás Maduro e sem o opositor Juan Guaidó – “vai na linha” de uma solução pacífica promovida pelo bloco.”A UE toma nota positivamente (…) A proposta americana vai na linha da UE de propor uma saída pacífica para a crise, por meio de uma via negociada para um governo democrático”, diz a declaração do chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, em nome dos 27.
“A proposta americana vai na linha da UE de propor uma saída pacífica para a crise, por meio de uma via negociada para um governo democrático, o qual agora é mais necessário do que nunca”, diz a declaração.A UE alerta ainda para o “devastador impacto humano” que a pandemia do novo coronavírus pode ter em “um país que enfrenta uma situação econômica, social e humanitária já grave”.Na mesma nota, o bloco reiterou sua vontade de ajudar o “povo venezuelano”.
Frente à pandemia de coronavírus, que ameaça se propagar no país, e à queda dos preços do petróleo, Washington mudou sua tática para estimular a saída de Maduro. Em 2018, sua reeleição foi considerada fraudulenta.
Washington apoiava os esforços de Guaidó, presidente da Assembleia Nacional (Parlamento) eleita em 2015. Desde janeiro do ano passado, ele passou a ser reconhecido como presidente interino por quase 60 países, para tirar Maduro do poder e realizar novas eleições.
Na última terça-feira, o secretário de Estado americano, Mike Pompeo, apresentou um “marco para uma transição democrática pacífica” na Venezuela. Assim, em troca da suspensão gradual das sanções no país, Maduro e Guaidó deveriam se afastar.
De Caracas, Guaidó apoiou a proposta, similar a uma já feita pela oposição em frustradas negociações mediadas pela Noruega em setembro. O governo Maduro rejeitou imediatamente um plano de “governo de transição inconstitucional”.
Os europeus pedem, assim, aos atores políticos do país sul-americano, que “ponham os interesses da nação acima de tudo” e iniciem um processo de negociação “crível, representativo e sério, como o facilitado pela Noruega”.
“A UE está disposta a contribuir, em particular por meio do Grupo de Contato Internacional, para um processo significativo e inclusivo, visando ao restabelecimento da democracia (…) mediante eleições presidenciais livres”, afirmam.
Ontem, o Grupo de Lima também manifestou seu apoio à proposta americana, considerando que busca “garantir o retorno à democracia na Venezuela mediante a celebração de eleições presidenciais e parlamentares livres”.