A chegada de um número indeterminado de soldados russos em Belarus nesta terça-feira (18) acontece pouco antes de Rússia e Estados Unidos se pronunciarem sobre seu desejo de continuar os diálogos iniciados na semana passada, nos quais não foi possível aliviar o risco de um novo conflito na Ucrânia. O anúncio deve ser feito nos próximos dias.
O secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), Jens Stoltenberg, disse hoje que convidou a Rússia e aliados da Aliança Atlântica novas conversas sobre a Ucrânia.
Nesta terça-feira, o ministro russo das Relações Exteriores, Serguei Lavrov, declarou, após uma reunião com sua homóloga alemã, Annalena Baerbock, que Moscou “está agora esperando respostas” às suas propostas “para continuar as negociações”. O presidente russo, Vladimir Putin, disse querer que a Otan reduza sua presença nos países do Leste Europeu, no entanto, para o secretário-geral da aliança, Jens Stoltenberg, as ações de Moscou estão alcançando o resultado oposto.
Em uma entrevista, Stoltenberg afirmou que, se o Kremlin atacar a Ucrânia, a Otan expandirá ainda mais a presença na região. “Se sua intenção era aproximar menos a Otan de sua fronteira, ele Putin conseguiu exatamente o oposto”, disse. “Toda vez que ele é agressivo, ele consegue o oposto.”
A organização está avaliando a melhor maneira de complementar as forças nos países membros caso os russos sigam em frente com a invasão. “É claro que, se a Rússia mais uma vez usar a força, vamos agir novamente”, disse Stoltenberg.
Para diplomatas ocidentais, a divergência entre as exigências de Putin de que a Otan recue e as ações da Rússia, levando a aliança a reforçar suas linhas de frente, aprofundou as dúvidas sobre a sinceridade de Moscou nas negociações recentes.
A Rússia exigiu que a Otan se comprometesse a nunca incluir a Ucrânia ou outros novos membros, e a retirar forças do leste europeu. Autoridades integrantes da aliança dizem acreditar que a Rússia sabe que suas demandas são inviáveis e está apenas procurando um pretexto para atacar a Ucrânia.
- Com informações de agências de notícias