O chefe da diplomacia da União Europeia, Josep Borrell, desloca-se na quinta-feira à Ucrânia, incluindo à linha da frente com os separatistas pró-russos, para manifestar o apoio da UE à “integridade territorial” deste país, anunciou hoje a Comissão Europeia.
Os ocidentais têm denunciado desde há várias semanas a concentração de cerca de 100.000 soldados russos perto da fronteira leste da Ucrânia e acusam Moscovo de ameaçar o país vizinho com uma nova invasão, na sequência da anexação da Crimeia em 2014.
Borrell, acompanhado pelo ministro dos Negócios Estrangeiros ucraniano, Dmytro Koubela, desloca-se de início ao leste do país, junto à “linha de contacto” entre a zona controlada por Kiev e a detida pelos separatistas pró-russos, envolvidos num conflito que provocou mais de 13.000 mortos desde 2014.
De seguida, o chefe da diplomacia europeia viaja para Kiev onde tem previstos encontros com diversos responsáveis ucranianos, segundo a Comissão. Esta viagem “sublinha o apoio firme da UE à soberania e à integridade territorial da Ucrânia num momento em que o país está confrontado com um reforço militar e ações híbridas da Rússia”, precisa o executivo europeu.
Para os próximos domingo e segunda-feira estão previstas conversações em Genebra entre a Rússia e os Estados Unidos, seguidas no dia 12 de janeiro de um encontro Rússia-NATO e, no dia seguinte, de uma reunião no quadro da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE).
A União Europeia pretende não ser marginalizada nestas conversações e Borrell já insistiu por diversas vezes que “qualquer discussão sobre a segurança da Europa deve decorrer em coordenação e com a participação da UE”.
Na perspetiva de Moscovo, a segurança da Rússia implica a proibição de novos alargamentos da NATO em direção a leste, considerada uma ameaça existencial, e o fim das crescentes atividades militares junto às suas fronteiras, uma zona que considera incluída na sua área de influência e que abrange a Ucrânia, a Moldávia ou a Geórgia.
Os ocidentais têm rejeitado e considerado “inaceitáveis” diversas propostas russas relacionadas com as garantias para a sua segurança. E no domingo, o Presidente dos EUA, Joe Biden, assegurou que o seu país e aliados “responderão energicamente” no caso de invasão da Ucrânia pela Rússia, um cenário que Moscovo tem vindo a negar.