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Antes de a greve dos caminhoneiros derrubar o volume de viagens no Brasil, o setor fechou o primeiro quadrimestre de 2018 com geração de 2,7 mil vagas de trabalho, segundo dados da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).
O destaque foi o desempenho de abril, quando o saldo entre demissões e admissões no setor do turismo ficou positivo em 2,477 mil novos empregos, interrompendo a sequência negativa de fevereiro e março (-3,032 mil no total). Entre janeiro e abril, o segmento de transporte de passageiros foi o que mais criou vagas formais, com saldo positivo de 3,938 mil postos de trabalho.
Para a CNC, o crescimento do emprego reflete a recuperação de alguns segmentos importantes, mas a greve dos caminhoneiros e a escassez de combustíveis podem modificar a tendência em maio. “As medidas de resolução da crise tomadas pelo governo afetarão o equilíbrio inicial da economia. Isso vai interferir nas decisões de gastos das famílias, deixando-as cautelosas com relação às despesas com turismo”, comenta o economista da CNC, Antonio Everton.
Por outro lado, a alta recente do dólar pode impulsionar o turismo nacional. Para a CNC, a recente desvalorização do real (alta de 10,95% do dólar de 25 de janeiro a 30 de abril) “pode resultar no redirecionamento de recursos das famílias com viagens internacionais para viagens domésticas, incrementando as atividades turísticas”, detalha.
Segundo a CNC, o saldo da conta turismo no balanço de pagamentos de janeiro a abril deste ano registrou aumento do déficit (de US$ 2,18 bilhões para US$ 2,49 bilhões) por causa do aumento das despesas dos brasileiros lá fora (de US$ 2,97 bilhões para US$ 4,04 bilhões), enquanto as receitas dos gastos de turistas estrangeiros no Brasil aumentaram somente 6,55% (de US$ 1,60 bilhão para US$ 1, 71 bilhão).