Discurso do presidente em sessão do Congresso teve pedido de união, comemoração de aliança com Coreia do Norte e reconhecimento de Guaidó como presidente da Venezuela
Notícias ao Minuto Brasil
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, discursou no Congresso americano na madrugada desta quarta-feira (6), em evento anual denominado de Estado da União. O republicano abriu o seu pronunciamento abordando a necessidade de união entre os dois maiores partidos do país e, como esperado, voltou a insistir na construção do muro na fronteira com o México – assunto causador da maior paralisação do governo americano da história, o “shutdown”.
Marcado para o dia 29 de janeiro, o Estado da União foi reagendado para esta quarta pela presidente da Câmara, Nancy Pelosi, justamente por causa do “shutdown”. O evento, que ocorre todo ano, serve para o chefe de Estado e de governo prestar esclarecimentos aos parlamentares, militares e Suprema Corte sobre a atual situação do país e os planos e prioridades do ano.
Na defesa do muro, o presidente norte-americano afirmou que a criminalidade em El Paso – cidade no Texas que faz fronteira com o México – caiu de forma acentuada depois da instalação de uma cerca. “Simples assim, muros funcionam e muros salvam vidas. Então vamos trabalhar juntos, com compromisso, e chegar a um acordo que realmente torne os EUA seguros.”
Trump disse ainda que as caravanas são perigosas para os próprios migrantes, além de facilitarem a entrada de drogas letais, que “inundam nossas cidades”. “Tolerância com a imigração ilegal não é compaixão – é crueldade. (…) Eu quero que as pessoas venham para o nosso país ainda mais do que nunca, mas elas devem vir legalmente.”
O Congresso tem até o dia 15 de fevereiro para entrar em acordo com o presidente sobre o orçamento para a segurança na fronteira. Se o impasse persistir, um novo “shutdown” pode ser iniciado.
Segundo o ‘G1’, Trump abordou outros temas, como:
– Crescimento econômico dos EUA: “Depois de 24 meses de progresso rápido, nossa economia faz inveja ao mundo. O Estado da nossa União é forte”;
– Foi vaiado quando citou o fim do Obamacare;
– Confirmou o 2º encontro com o líder norte-coreano Kim Jong-un no final de fevereiro, no Vietnã;
– Condenou o governo de Nicolás Maduro e reafirmou que os Estados Unidos apoiam a luta pela liberdade do povo venezuelano. Quando citou o reconhecimento de Juan Guaidó como presidente interino da Venezuela, Trump foi aplaudido de pé pela maioria dos presentes;
– Disse que “os EUA nunca serão um país socialista”;
– Pediu apoio na luta contra o câncer infantil e se comprometeu a eliminar a epidemia de HIV no país em até 10 anos;
– Defendeu a retirada de militares na Síria após derrota do Estado Islâmico: “Grandes nações não lutam guerras sem fim”;
– O momento mais controverso do discurso foi quando Trump criticou investigações contra ele e aliados: “A única coisa que pode parar nossa economia são guerras tolas e investigações partidárias ridículas”.