O presidente dos Estados Unidos (EUA), Donald Trump, exigiu que a China faça mais concessões se for para as duas maiores economias do mundo concluírem a “primeira fase” de um acordo comercial
“A China deseja fechar um acordo comercial muito mais do que eu. Não acho que os chineses estejam atingindo o nível que quero”, disse Trump nesta quarta–feira (20).
Órgãos de imprensa dos Estados Unidos informaram que Washington quer que Pequim adote medidas estruturais abrangentes, como, por exemplo, proteção dos direitos de propriedade intelectual, antes de concordar com o pedido do lado chinês para a redução de algumas tarifas.
Assim, a conclusão de um acordo comercial “de fase um” entre as duas maiores potências econômicas do planeta poderá ficar para o próximo ano, segundo especialistas em comércio exterior na capital americana. A previsão pessimista ocorre num momento em que Pequim pressiona por reversões mais amplas de tarifas, ao mesmo tempo em que o presidente Trump responde elevando o tom e aumentando as exigências apresentadas a Pequim.
Segundo o porta-voz da Casa Branca, Judd Deere, “as negociações continuam e avanços estão sendo alcançados no texto do acordo de fase um”.
E há um outro fator a complicar o bom andamento das negociações: a repressão do governo central em Pequim aos manifestantes de Hong Kong. Nesta terça-feira, o Congresso americano aprovou um projeto em apoio à democracia em Hong Kong e que tem como alvo o status preferencial da cidade sob a legislação americana, com consequências para sua economia e seu papel como centro financeiro, assim como para as 1.344 empresas americanas que operam no território autônomo, incluindo bancos de investimentos e companhias de comércio. Se a alei for sancionada, as empresas podem ver nisso um sinal de que os Estados Unidos consideram Hong Kong como uma cidade chinesa, e rever suas operações ali realizadas.