Por Camila Moreira e Marcela Ayres
SÃO PAULO/BRASÍLIA (Reuters) – Os títulos serão emitidos no mercado global e o resultado será divulgado ao final desta quarta-feira. A última emissão externa havia sido feita pelo país em novembro de 2019, quando o Tesouro anunciou o lançamento do novo título Global 2050, com o qual levantou aproximadamente 2,5 bilhões de dólares, e a reabertura do Global 2029, no valor de 500 milhões de dólares.
Na época, o custo de proteção contra calote da dívida brasileira, medido por Credit Default Swaps (CDS) de cinco anos BRGV5YUSAC=MG, estava em torno de 113 pontos básicos. Com a crise do coronavírus e seus desdobramentos sobre a economia, essa medida mais do que dobrou nos últimos meses, a 232 pontos nesta quarta-feira.
Na prática, esse é um sinal de que o país pagará mais caro para captar recursos, avolumando a fila de países da região que acessaram o mercado externo. Em abril, a emissão total da América Latina quadruplicou, para 16,5 bilhões de dólares, com governos e empresas correndo para fortalecer seus caixas contra a pandemia.
Chile, México, Guatemala, Paraguai, Panamá e Peru emitiram bônus soberanos, mesmo com custos mais altos. No fim de março, o secretário do Tesouro, Mansueto Almeida, havia afirmado que emissões externas estavam sempre no radar, mas que esta ainda não era medida para aquele momento.