O embaixador Carlos Alfredo Magarinos comemorou, em 09 de julho, a independência da Argentina, na sede diplomática. Em rápido discurso, ele agradeceu os patrocinadores da festa, falou dos 207 anos de boas relações com o Brasil e da importância dos dois países para o Mercosul. “É preciso um esforço comum diante das dificuldades”, disse. A seu ver, é preciso manter as parcerias políticas e econômicas bilaterais. Cerca de dois terços do território, da população e do PIB da América do Sul são representados pelo Brasil e pela Argentina juntos.
Dançarinos do Corpo de Baile de Tango Brasília e a cantora Evangelina Etchebest fizeram uma bela apresentação para os convidados. Diplomatas, autoridades entre outros presentes à festa puderam celebrar a data com muito vinho argentino, espumante, carnes, além de outros pratos típicos do país. Com a família reunida, a esposa e o casal de filhos, Magarinos brindou à saúde do povo argentino.
História – Há 201 anos, em 9 de julho de 1816, na cidade de São Miguel de Tucumán, a declaração de Independência da Argentina marcou o fim do domínio espanhol sobre uma de suas antigas colônias. O rei Fernando VII, da Espanha, havia sido preso em 1808 por Napoleão Bonaparte, que colocou seu irmão, José Bonaparte, no trono espanhol. Uma Junta Suprema espanhola ainda governava em Sevilha, que não havia sido ocupada pelos franceses. Simultaneamente, a família real portuguesa fugia de Napoleão e instalava-se no Rio de Janeiro. O príncipe regente Dom João VI estava acompanhado de sua mulher, a princesa Carlota Joaquina, que era irmã mais velha de Fernando VII.
Ao chegar ao Rio, Carlota Joaquina interessou-se pela possibilidade de assumir o comando das colônias de sua família, a dinastia Bourbon. Em Buenos Aires, diversos intelectuais e homens da aristocracia local começaram a considerar que poderia ser interessante a posse de uma integrante dos Bourbon. O grupo simpatizante da ideia da instalação da princesa no poder foi chamado de “carlotista”. Esse grupo rivalizava com os “juntistas”, que esperavam a chance de formar uma junta de governo local. Essa chance chegou no dia 18 de maio de 1810, quando um navio atracou em Buenos Aires com a notícia de que a Junta de Sevilha havia caído.
Os portenhos de maior autoridade e influência reuniram-se às pressas para decidir o que fariam, já que o país que os comandava, a Espanha, não era mais independente (estava sob o domínio francês). No dia 25 de maio de 1810, data que será lembrada como o ponto culminante da Revolução de Maio, uma junta de governo foi constituída no Cabildo, o edifício das autoridades civis da cidade. Os espanhóis deixaram de governar a cidade. O vice-rei Baltasar Hidalgo de Cisneros foi destituído. E os carlotistas, com pouca influência, se deram mal e desapareceram do cenário.
No entanto, a Primeira Junta – constituída basicamente por pessoas nascidas na colônia – governava em nome do rei Fernando VII. Ou seja, não havia proclamado Independência alguma, pois esperavam que algum dia o rei recuperasse seu trono e voltasse a governar. Nos seis anos seguintes, as autoridades nativas deslancharam uma série de batalhas contra as forças espanholas. Mas a Independência argentina – isto é, das Províncias Unidas do Rio da Prata – só foi formalmente proclamada no dia 9 de julho de 1816. Por esse motivo, as datas repetidas nos nomes de ruas e avenidas de todo o país são o 25 de maio (dia do início do processo que levaria incidentalmente à Independência) e o 9 de julho (dia da Independência em si).