Os eleitores do Tajiquistão votavam, neste domingo (11), em uma eleição presidencial que, com toda probabilidade, reelegerá o atual chefe de Estado, Emomali Rakhmon, que lidera esta pobre ex-república soviética da Ásia Central desde 1992.
O líder autoritário de 68 anos certamente será eleito para um novo mandato de seis anos, superando seu próprio recorde de mais tempo no poder. Rakhmon, no comando do país desde 1992, principalmente durante a guerra civil que abalou o país até 1997, votou em uma escola, cumprimentando a imprensa e visivelmente de bom humor, segundo a agência de notícias russa Ria Novosti.
Ele usava uma máscara, devido à pandemia de coronavírus. As assembleias de voto permanecerão abertas das 6h00 às 20h00 (22h00 de sábado no horário de Brasília às 11h00), e o resultado está previsto para segunda-feira. Quatro outros candidatos, considerados protocolares, disputam a presidência, após o presidente ter eliminado toda forma de oposição do cenário político. Seu papel é “criar a ilusão de uma campanha ao que não seria um evento sem isso”, estima John Heathershaw, professor de Relações Internacionais da Universidade de Exeter, no Reino Unido.
A candidatura de Rakhmon foi proposta oficialmente em agosto pelos sindicatos tajiques, que justificaram sua decisão pelo fato de que o presidente havia permitido a “restauração da unidade nacional, paz e estabilidade” após a guerra civil. Esta manhã, muitos eleitores elogiavam seu chefe de Estado. Zarina Mamadnazarova, de 25 anos, desempregada, disse que votou em Rakhmon “porque ele é o melhor presidente, um líder nacional”. Outros lamentavam, porém, que essa eleição é apenas uma formalidade e mal conseguiam nomear os outros candidatos.
“Quem ganha todas as vezes, fará de novo”, disse Abdujolik Fayzov, um estudante. “É evidente. Ainda estamos esperando por eleições livres.” Nos últimos meses, o presidente parece organizar sua sucessão, colocando seu filho mais velho, Rustam Emomali, de 32 anos, em uma posição-chave.
Prefeito da capital tajique Dushanbe, também preside o Senado desde abril. Em caso de incapacidade do chefe de Estado, é o presidente da Câmara Alta que assume a presidência interina. O Tajiquistão, com mais de nove milhões de habitantes, é um dos países mais pobres da Ásia Central e da ex-URSS.
Centenas de milhares de tadjiques trabalham na Rússia ou no Cazaquistão, principalmente na construção, para poder enviar dinheiro para suas famílias. Nenhuma eleição neste país foi reconhecida como correta pelos observadores da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa.
O país, que faz fronteira com o Afeganistão, foi palco de uma guerra civil entre a potência pró-comunista e os rebeldes fundamentalistas muçulmanos, que causou mais de 100.000 mortes entre 1992 e 199