Ana Cristina Dib
Da Redação
Brasília – Lideradas pelo complexo soja, as exportações do agronegócio totalizaram US$ 56,40 bilhões entre janeiro e julho de 2017, com um crescimento de 6,8% em relação aos US$ 52,81 bilhoes exportados em igual período do ano passado. Com as vendas externas nesse patamar, o setor agrícola teve uma participação de 44,6% no total das exportações totais brasileiras, inferior aos 49,6% apurados entre janeiro e julho de 2016.
De acordo com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), essa queda deveu-se, fundamentalmente, ao crescimento as exportações brasileiras de minérios de ferro e seus concentrados (+72,8%) e petróleo (+117,9%). Nos sete primeiros meses do ano a balança comercial do agronegócio acumula um superavit de US$ 48,05 bilhões.
Segundo a balança comercial do agronegócio divulgada hoje (10) pelo Mapa, as importações do setor agropecuário passaram de US$ 7,24 bilhões entre janeiro e julho de 2016 para US$ 8,35 bilhões no mesmo período deste ano (+15,4%). Apesar dessa expansão, o aumento das exportações possibilitou a ampliação do superavit do agronegócio, que passou de US$ 45,58 bilhoes entre janeiro de julho de 2016 para US$ 48,05 bilhões nesse mesmo intervalo deste ano.
Soja na liderança – Graças a uma alta de +13,5%, e uma receita de US$ 23,01 bilhões, o compexo soja liderou o ranking das exportações do agronegócio, com uma participação de 40,8% no total embarcado para o exterior. As vendas da oleaginosa em grãos atingiram o total de 50,9 milhões de toneladas, alta de 14,9% em relação ao volume exportado em 2016, de 44,4 milhões de toneladas. Por outro lado, as exportações de farelo de soja tiveram uma queda de 8,5% e geraram receita no montante de US$ 3,12 bilhões, e as vendas de óleo de soja totalizaram US$ 685,61 milhões (alta de 26,4% comparativamente com os sete primeiros meses do ano passado).
Num patamar bastante inferior, mas ainda assim expressivo, as carnes foram o segundo produto mais exportado pelo agronegócio brasileiro no período. Apesar da queda de 4,2% no volume exportado, o aumento médio de 10,6% nos preços internacionais do produto fez com que as vendas externas atingissem a cifra de US$ 8,64 bilhões, o que significou uma expansão de 5,9% entre janeiro e julho de 2017, na comparação com o mesmo período de 2016.
O setor sucroalcooleiro ocupou a terceira posição enre os setores exportadores, com US$ 7,00 bilhões em vendas externas. O açúcar foi o principal produto exportado pelo setor, com uma receita de US$ 6,56 bilhões (+31,3%). O volume de açúcar exportado teve uma ligeira alta (+0,2%), mas os preços internacionais subiram 31,1%. Por sua vez, as exportações de álcool caíram de US$ 625,29 milhões entre janeiro e julho de 2016 para US$ 439,73 milhoes entre janeiro e julho de 2017 (-29,8%).
A quarta posição no ranking dos exportadores do agronegócio foi ocupada pelos produtos florestais, com uma receita de US$ 6,37 bilhões em exportações (+8,8%). O principal produto exportado pelo setor foi a celulose, com US$ 3,51 bilhões. O produto bateu recorde de vendas externas tanto em quantidade como em valor. As exportações de madeiras e suas obras, segundo principal produto do setor, tiveram uma alta de 13,3% para US$ 1,77 bilhão.
A relação dos cinco principais setores exportadores do agronegócio entre janeiro e julho foi ocupada pelo café, com vendas externas totais de US$ 2,4 bilhões, ante US$ 2,74 bilhões embarcados para o exterior no mesmo período do ano passado. As exportações de café verde totalizaram US$ 2,55 bilhões (+7,3%), enquanto os embarques de café solúvel renderam US$ 337,07 milhões.
Segundo o Mapa, esses cinco setores foram responsáveis por 85,0% das exportações totais do agronegócio brasileiro entre janeiro e julho de 2017, contra uma participação de 80,7% registrada no mesmo período de 2016.