Governo segue em contato com autoridades de Egito e Israel e prestando assistência a 34 brasileiros e familiares que querem sair da zona de conflito, afirma ministro.
“O governo brasileiro tem mantido, e eu pessoalmente, os encontros com as autoridades constituídas dos países envolvidos. Contatos do mais alto nível, como sempre, examinando a possibilidade da libertação dos brasileiros no menor prazo possível, junto com os nacionais de outros países”, prosseguiu o Ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira. Nesta sexta, o grupo de brasileiros chegou a se deslocar para o posto de passagem de Rafah, na fronteira entre a Faixa de Gaza e o Egito. Essa é a única fronteira terrestre de Gaza que não leva a Israel.
Duas ambulâncias passaram pelo posto de controle, mas a via foi fechada sem que os estrangeiros na lista autorizada (incluindo os brasileiros e palestinos parentes de brasileiros) pudessem chegar a solo egípcio. Com isso, o grupo teve de retornar aos alojamentos nas cidades de Khan Younis e Rafah, ambas na região sul de Gaza e próximos do ponto de controle na fronteira.
Após chegar ao Egito, o grupo seguirá por terra até um dos dois aeroportos disponíveis para o embarque de volta ao Brasil. Há dois roteiros possíveis:
– ida em um ônibus até o aeroporto de El Arish, que fica a 53 km de Rafah, para embarque no avião presidencial que já está no Egito à espera do grupo. A aeronave depois fará escalas no Cairo, Roma, Las Palmas, Recife antes da chegada no destino final em Brasília.
ou viagem até a cidade do Cairo em um ônibus. Neste caso, a previsão é que a viagem por terra dure entre cinco e seis horas.
Segundo Mauro Vieira, até o momento, o governo brasileiro não recebeu pedidos adicionais de refúgio ou repatriação além da lista de 34 pessoas já incluídas nos registros oficiais. Questionado sobre as próximas medidas, após mais uma tentativa frustrada de resgate do grupo, Vieira afirmou que o planejamento é o “constante contato” com autoridades do Egito e de Israel para agilizar a operação.
Vieira foi indagado sobre os motivos de cidadãos de outros países já terem deixado Gaza, enquanto o grupo de brasileiros segue impedido de cruzar a fronteira. O chanceler afirmou que a relação de brasileiros está há semanas com as autoridades locais e que a fronteira é aberta com “participação direta” de Israel.