Embaixadora Bettina Cadenbach e representantes da embaixada participaram da cerimônia
O Senado homenageou os 200 anos da imigração alemã no Brasil em uma sessão especial nesta quinta-feira (4) presidida pelo senador Flávio Arns (PSB-PR), descendente de alemães. Ele ressaltou que centenas de milhares de imigrantes chegaram ao longo dos dois séculos e geraram milhões de descendentes. Vários deles se destacaram em áreas como artes, ciências, política, esportes, economia e negócios. Os primeiros colonos, vindos de regiões que hoje pertencem à Alemanha, ajudaram de várias maneiras na construção do Brasil.
Os laços bilaterais entre nossos países são fortes e cada vez mais estreitos”, destacou a embaixadora Bettina Cadenbach . “Essa diversidade do Brasil é algo especial e também se reflete em muitos aspectos da imigração alemã. Se mostra em costumes mantidos e misturados ao modo de vida brasileiro, na língua alemã ainda falada em partes do Brasil e em empresas alemãs no país. Essa integração alemã na vida brasileira e a preservação de alguns hábitos culturais alemães levaram a vínculos que continuam até hoje”, destacou. A embaixadora da Alemanha, Bettina Cadenbach, lembrou que existem mais de mil empresas alemãs no Brasil e os dois países são parceiros estratégicos.
Em 1824, quando chegaram os primeiros imigrantes alemães, o Brasil era uma nação que acabara de se tornar independente e, em muitos sentidos, uma nação em construção. Foi também naquele ano que ocorreu a fundação do Senado Federal, que está completando 200 anos, outro marco importantíssimo para a formação de nosso país — contextualizou Arns.
Em 25 de julho de 1824, 39 imigrantes de língua alemã chegaram ao Rio Grande do Sul, marcando a fundação da então colônia, e hoje município, de São Leopoldo. O grupo pioneiro atravessou o oceano Atlântico em busca de novas oportunidades. Com idades entre alguns meses e 49 anos, eles partiram dos portos de Hamburgo e Bremen e, além da travessia oceânica de 120 dias, tiveram que enfrentar uma dura jornada por terra. Eles trouxeram técnicas avançadas de cultivo, introduzindo novas culturas e impulsionando a produção agrícola.
Os imigrantes alemães não vieram ao Brasil com a intenção de explorar nossas riquezas para levá-las a seu país de origem. Pelo contrário, eles vieram com a firme intenção de tornar o Brasil o seu novo heimat, a sua nova pátria. Nesse contexto, os alemães promoveram uma verdadeira revolução na agricultura brasileira, caracterizada pela predominância de pequenas propriedades e produções diversificadas, nos moldes da cultura camponesa da Europa Central afirmou a senadora Ivete da Silveira (MDB-SC).