Durante o evento foram debatidos temas como linhas de crédito, cooperação e crimes cibernéticos
O Conselho dos Representantes Estaduais em Brasília (Conrep) promoveu, nessa segunda-feira (28), no Hotel B, um seminário com diretores da Federação Brasileira de Bancos (Febraban) e representantes da Caixa Econômica Federal e Polícia Federal para o debate de temas que interessam diretamente aos 26 Estados da Federação e ao Distrito Federal. O evento foi iniciado com a troca de comando do Conrep – o pernambucano Eric Lisboa passou a presidência do colegiado para Henrique Pires, do Rio Grande do Sul.
O evento, segundo Pires, reuniu pessoal de todas as 27 representações estaduais e tratou de temas relevantes e que acrescentam qualidade no serviço prestado para os governos estaduais em Brasília. Nesse primeiro evento, o foco foi o sistema bancário, que sofreu uma revolução tecnológica depois da pandemia, inclusive sobre o combate às novas modalidades de crimes cibernéticos.
O presidente da Febraban, Isaac Sidney, que participou de forma remota, saudou a posse de Henrique Pires, elogiou a iniciativa de realização do evento e reforçou sua importância para ampliar a interlocução governamental e uma aproximação mais direta do setor bancário com os estados. “Esse encontro é o início de uma grande oportunidade de reforçar as frentes de cooperação, numa parceria fundamental para o desenvolvimento econômico e social”, disse.
Cenário Econômico do Brasil e dos Estados
No primeiro painel, o diretor de Economia, Regulação Prudencial de Riscos da Febraban, Rubens Sardemberg, discorreu sobre o cenário econômico do Brasil e dos estados, e apresentou uma radiografia da situação econômica do país, apontando um crescimento consistente depois da pandemia, com PIB de 3,4% em 2024. Mas, segundo Sardemberg, apesar da recuperação da economia e queda da taxa de desemprego, agora em 6,5%, existem fatores preocupantes, como a inflação em alta (5,48% ao ano), o desequilíbrio fiscal da União e as incertezas internacionais.
Crédito para Estados e Municípios
Em seguida, no segundo painel, o diretor-executivo de Serviços de Governo da Caixa Econômica Federal, Cristiano Boaventura de Medeiros, falou sobre duas modalidades de crédito voltadas especificamente para estados e municípios, o FINISA e o FGTS. “A Caixa atua em todo o País, tem 2.100 empregados voltados para esse atendimento. O FINISA é o mais simples e o mais barato para os municípios é o FGTS”, explicou.
Golpes e Fraudes
No terceiro painel, o diretor-adjunto de Serviços Bancários da Febraban, Walter Tadeu, e o agente da Polícia Federal, Erik Siqueira, falaram sobre golpes e fraudes. Tadeu explicou que os ataques físicos a agências bancárias caíram drasticamente (cerca de 96%) e que os criminosos migraram para golpes digitais, o que vem demandando muito investimento dos bancos no desafio de evitar fraudes e proteger os clientes. Siqueira, por sua vez, reforçou os pilares que vêm sendo adotados pela Polícia Federal para enfrentar os crimes cibernéticos: mais cooperação com o setor privado, inclusive a Febraban, e com as polícias civis dos estados; mais investimento em novas tecnologias; e capacitação de pessoal para usar essas tecnologias. Ele revelou que a Polícia Federal vai lançar, nas próximas semanas, uma campanha para orientar as pessoas contra fraudes bancárias e golpes digitais.
Sinergias institucionais nos âmbitos Federal e Estadual
O evento ainda abordou a sinergia da Febraban com a União e os entes federados. O diretor setorial da instituição, André Castelo Branco Machado, elencou todos os projetos de lei em tramitação no Congresso Nacional que interessam ao setor bancário, inclusive os que tratam da assinatura digital para idosos e mecanismos que tornem as regras de portabilidade mais rígidas e não desestimulem os leilões de folha de pessoal, fontes importantes de arrecadação para estados e municípios. A diretora setorial adjunta da Febraban, Silvia Menicucci de Oliveira, e o diretor adjunto de Produtos, Rafael Baldi, encerraram o evento falando sobre a modernização do setor bancário, com transações cada vez mais digitais. Eles revelaram que R$ 39 bilhões foram investidos pelos bancos em tecnologias, principalmente para tornar as transações mais seguras.
Fonte: Fábio Paiva (Ascom/EBSB)
Fotos: Nauro Junior (EBSB)