Na terça-feira (10), a Embaixada da Bélgica abriu suas portas para enaltecer o Cerrado brasileiro. Em comemoração à Semana do Cerrado e da diplomacia climática, o Embaixador da Bélgica, Patrick Herman organizou o lançamento oficial do documentário “Pé na Terra”, da cineasta belga Louise Amand e de Fernando Fortuna. O evento foi seguindo de uma mesa redonda e uma recepção.
O filme “Pé na Terra” entra na intimidade dos agricultores que já fizeram a transição para a agroecologia. Com eles, descobrimos seus desafios, sua coragem e suas paixões: reflorestar e produzir alimentos. O documentário visa inspirar agricultores a lançarem-se na agroecologia e, ainda, mostrar que o consumidor também pode se comprometer com esta transição ao adquirir produtos frescos e orgânicos.
Durante o evento, o Embaixador da Bélgica Patrick Herman falou um pouco sobre o meio ambiente que Brasília proporciona, sua preservação, e consequentemente, o cerrado. Também lembrou como os embaixadores também fazem parte desse ambiente. “Nós respiramos o ar de Brasília, andamos pela cidade e convivemos com os nossos chefes de estado. As crianças, das escolas que visitam a embaixada, serão os ministros de amanhã”.
Herman salientou que a Bélgica pretende partilhar com o Brasil informações e auxilio, sem interferência na soberania, para a melhora e preservação. “Nós não estamos aqui para dar lições sobre a educação brasileira, pois o Brasil possui ciência, pesquisa, mas possuímos experiências para compartilhar sobre as nossas ciências e avanços”.
O Secretário do Meio Ambiente, José Sarney Filho salientou que o mundo de hoje, com tantas mudanças climáticas, o cerrado ganha relevância, não só para o Brasil e América do Sul, mas para o mundo. “Poucos desconfiam de que a mudança climática é realidade e veio para ficar e já está gerando consequências, e que todo dia bate na nossa porta. Não é à toa que aqui no cerrado tivemos há 4 anos atrás uma crise hídrica”, comentou.
A cineasta belga Louise Amand, disse que em 2015 teve um sonho de mostrar ao mundo a descoberta que fez no Brasil, ao conhecer o cerrado. Segundo Louise, a ideia de poder reflorestar e regenerar os recursos naturais, além de mostrar um pouco desse bioma está se materializando.
Segundo a cineasta, o projeto foi independente, e a a ideia era fazer o público refletir e pensar: o que o cerrado falaria se pudesse falar? “As imagens do filme foram feitas em Brasília e Goiás e a produção desse filme é independente e caseira. Apenas 40 cidadãos belgas que financiaram esse projeto”.
As alterações climáticas e últimos eventos sobre o meio ambiente no Brasil, como as queimadas na Amazônia e a liberação de pesticidas também foram citadas pela cineasta. “A Amazônia registrou um número crescente em suas queimadas e uma série de agrotóxicos foram aprovados no Brasil esse ano, e a Bélgica teve um aumento de temperatura muito grande, chegando a 39º”. Para Louise, essas e outras ações sobre mudanças climáticas mostram que “isso é um reflexo da nossa relação com o meio ambiente”, pontuou.
Nesta quarta-feira (11), os eventos continuam com uma tarde educativa, em parceria com a SEMA-DF, voltada para o público jovem de várias escolas do DF visando a valorização, respeito e preservação do cerrado.