Ao todo, cerca de 30 chefes de Estado, empresários e representantes de ONGs participam das discussões, entre eles o secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, o presidente do Banco Mundial, David Malpass, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, a chanceler alemã Angela Merkel e o chefe de governo britânico, Boris Johnson, que organiza a próxima conferência da ONU sobre o clima.
Depois de ser adiada no ano passado por causa da pandemia, a COP26 deve deve acontecer em novembro de 2021, em Glasgow, na Escócia. O Brasil não tem representantes no evento devido às posições negacionistas do presidente Jair Bolsonaro na área do clima.
“A crise sanitária evidenciou a necessidade de reequilibrar nossa relação com o meio ambiente, e esta cúpula representa uma rara oportunidade de mostrar ambição e determinação nessa direção”, disse Marco Lambertini, diretor-geral da organização de conservação global WWF Internacional, um dos participantes.
Os debates em Paris abordam temas amplos, como proteção de áreas terrestres e marítimas, promoção da agroecologia, mobilização de recursos, preservação de florestas, espécies e saúde humana. Para a presidência francesa, trata-se de uma “oportunidade de convergência entre temas que muitas vezes são tratados separadamente”. Perante as epidemias e o aquecimento global, “a preservação da biodiversidade se tornou nosso seguro de vida coletivo”, afirma o Palácio do Eliseu em sua nota sobre o encontro.
A cúpula pretende relançar a “coalizão de alta ambição pela natureza” – encabeçada por França, Grã-Bretanha e Costa Rica –, com o objetivo de integrar cerca de 50 países a partir desta segunda-feira (11). O objetivo é obter de cada participante o compromisso de transformar 30% de seus territórios em áreas protegidas. “Um compromisso fundamental” para as próximas negociações globais sobre a biodiversidade, afirma o Eliseu.
A França deve oficializar seu engajamento a partir de 2022, levando em conta – dentro de seus 30% – áreas de proteção que se encontram na Europa e nos territórios ultramarinos da América do Sul (Guiana Francesa), do Índico e Pacífico.
Muralha Verde na África
O evento “One Planet Summit” será precedido por um fórum de captação de recursos para impulsionar o projeto da “Grande Muralha Verde”, liderado pela União Africana há vários anos. Esse programa complexo e ambicioso busca combater a desertificação em torno do Saara. As autoridades africanas esperam levantar US$ 10 bilhões em investimentos, para o período de 2021 a 2025.
Outra iniciativa que deve ser anunciada durante a cúpula é o lançamento de uma aliança de pesquisa chamada Prezode, dedicada à prevenção de novas pandemias de origem animal. “O objetivo é reunir a comunidade científica, instâncias locais e decisores para definir soluções adequadas que permitam identificar e reduzir os principais fatores na origem dos riscos de emergência zoonótica”, indica o Palácio do Eliseu. Este projeto tem um orçamento estimado em cerca de € 350 milhões.